De janeiro a agosto deste ano, 97% dos adolescentes da Comunidade de Atendimento Socioeducativo Masculina (Casem), instituição vinculada à Fundação Renascer, do Governo do Estado, passaram por atendimentos odontológicos, psiquiátricos e psicológicos dentro da unidade, que conta com uma estrutura própria de Saúde, equipada com três consultórios e demais dependências de apoio. A Casem está localizada no conjunto Marcos Freire I, em Nossa Senhora do Socorro e tem capacidade para 84 adolescentes. Atualmente, a Comunidade está com 34 socioeducandos sob sua responsabilidade.
A equipe de profissionais de saúde no Casem é formada por uma enfermeira RT (Referência Técnica), quatro cuidadoras de saúde, uma técnica ASB (Auxiliar de Saúde Bucal), um psicólogo próprio, além de uma médica psiquiatra e um odontólogo da rede municipal de Saúde de Nossa Senhora do Socorro, levados à Casem, por meio de parceria entre Governo do Estado e prefeitura de Socorro. A ação permanente de atendimento interno contribui para o aumento do número de consultas. “Levávamos diariamente dois adolescentes para uma consulta externa no dentista, por exemplo. Com o atendimento na própria comunidade, otimizamos o alcance para mais adolescentes, já que são feitos cerca de dez atendimentos por plantão”, detalhou Rodrigo de Oliveira, diretor da Casem, acrescentando que a médica psiquiatra e o odontólogo cedidos pela prefeitura de Socorro atendem, respectivamente, uma vez e duas vezes por semana na unidade. Quando o adolescente é admitido na casem, ele passa por diversos setores, um deles é a saúde, onde é feita a triagem para identificar suas necessidades, tanto na odontologia, quanto na clínica geral.
Consultórios
A enfermeira RT, Eleonora Bastos, apresentou as instalações e disse que a unidade de Saúde própria oferece todos os serviços básicos para os adolescentes. Ao todo, são três consultórios: um odontológico, um de clínica geral/psicologia e um de psiquiatria. “Aqui eles são avaliados, fazem manutenção e acompanhamento”, especificou. Luan Corado trabalha há seis meses no Casem e revelou que são feitos uma média de 8 a 9 atendimentos odontológicos por dia. Um dos serviços mais recorrentes é o de restauração, segundo informou. “Tem muito adolescente com a doença cárie, até pelo histórico de suas vidas. Muitos nunca foram ao dentista. Temos um socioeducando com 17 restaurações para fazer. Isso é um número bem significativo, se considerarmos que ele tem 28 dentes. Trata-se de um público vulnerável e por isso o acompanhamento é fundamental”, detalhou o dentista.
Os serviços básicos de prevenção, aplicação de flúor, restauração, raspagem, uso correto da escovação, do fio dental contemplam 95% das necessidades dos socioeducandos do Casem. Casos de cirurgias mais complexas, que precisam de atendimento no Centro de Especialidades, têm raras incidências. Ao final de cada tratamento, o adolescente retorna de três a seis meses para fazer revisão e profilaxia, mesmo que não tenha nenhuma doença bucal.
Assistido na unidade, o adolescente de 13 anos retornou ao dentista depois de três meses para dar sequência ao tratamento de restauração e profilaxia. “Como cumprimos medidas socioeducativas, fazer esses tratamentos fora é mais complicado. Aqui dentro dá para fazer tudo”, reconheceu o rapaz. A facilidade de atendimento é um benefício que outro adolescente, de 15 anos, também admite como uma conquista. Semanalmente ele vai ao consultório do psicólogo da Casem para tratar ansiedade. “Faz muito bem, sabe? Eu tenho um sonho de cursar Direito um dia e minha atual condição me deixa muito nervoso, eu preciso de ajuda”, admitiu o adolescente, que interrompeu os estudos no 9º ano do ensino fundamental, mas diz que pretende retomar.
Saúde Mental
Frederico Dantas é psicólogo clínico do Casem e aponta o Transtorno de Ansiedade como a doença mais inerente à privação de liberdade. O profissional atua há 17 anos na Fundação Renascer, mas desde dezembro desempenha a parte clínica na unidade. “O comportamento ansioso é o mais presente, justamente porque a privação de liberdade está associada a ele. Porém, tem adolescentes que já têm acompanhamento anterior, de uso de medicação anterior. Alguns com transtornos de base, que já foram diagnosticados. Nestes casos, a necessidade é de um acompanhamento em conjunto com a nossa psiquiatria”, informou Dantas.
Segundo ele, tanto a ansiedade quanto a adaptação à privação de liberdade são os quadros mais recorrentes no Casem. Muitas vezes, o trabalho da psicoterapia é aliado ao tratamento medicamentoso prescrito pela médica psiquiatra Valdileia Santos, cedida da rede municipal de Socorro, em parceria com o Governo Estadual. “Observo muitos sintomas de abstinência do uso da substância, que alguns faziam antes de vir para cá. Esses desconfortos se acentuam com a privação de liberdade. Muitos se queixam de insônia, dores físicas, inquietações. Então entramos com a medicação para ajudar a diminuir esses incômodos”, detalhou a médica, sobre o trabalho de saúde multidisciplinar desenvolvido no Casem.
Além do acompanhamento de saúde, o Casem dispõe também de oficinas de música, artesanato e artes plásticas, capoeira, teatro, informática e manutenção de computadores, atividades esportivas e aulas escolares, que compõem algumas das medidas socioeducativas alinhadas ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e ao Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).
De janeiro a agosto deste ano, 97% dos adolescentes da Comunidade de Atendimento Socioeducativo Masculina (Casem), instituição vinculada à Fundação Renascer, do Governo do Estado, passaram por atendimentos odontológicos, psiquiátricos e psicológicos dentro da unidade, que conta com uma estrutura própria de Saúde, equipada com três consultórios e demais dependências de apoio. A Casem está localizada no conjunto Marcos Freire I, em Nossa Senhora do Socorro e tem capacidade para 84 adolescentes. Atualmente, a Comunidade está com 34 socioeducandos sob sua responsabilidade.
A equipe de profissionais de saúde no Casem é formada por uma enfermeira RT (Referência Técnica), quatro cuidadoras de saúde, uma técnica ASB (Auxiliar de Saúde Bucal), um psicólogo próprio, além de uma médica psiquiatra e um odontólogo da rede municipal de Saúde de Nossa Senhora do Socorro, levados à Casem, por meio de parceria entre Governo do Estado e prefeitura de Socorro. A ação permanente de atendimento interno contribui para o aumento do número de consultas. “Levávamos diariamente dois adolescentes para uma consulta externa no dentista, por exemplo. Com o atendimento na própria comunidade, otimizamos o alcance para mais adolescentes, já que são feitos cerca de dez atendimentos por plantão”, detalhou Rodrigo de Oliveira, diretor da Casem, acrescentando que a médica psiquiatra e o odontólogo cedidos pela prefeitura de Socorro atendem, respectivamente, uma vez e duas vezes por semana na unidade. Quando o adolescente é admitido na casem, ele passa por diversos setores, um deles é a saúde, onde é feita a triagem para identificar suas necessidades, tanto na odontologia, quanto na clínica geral.
Consultórios
A enfermeira RT, Eleonora Bastos, apresentou as instalações e disse que a unidade de Saúde própria oferece todos os serviços básicos para os adolescentes. Ao todo, são três consultórios: um odontológico, um de clínica geral/psicologia e um de psiquiatria. “Aqui eles são avaliados, fazem manutenção e acompanhamento”, especificou. Luan Corado trabalha há seis meses no Casem e revelou que são feitos uma média de 8 a 9 atendimentos odontológicos por dia. Um dos serviços mais recorrentes é o de restauração, segundo informou. “Tem muito adolescente com a doença cárie, até pelo histórico de suas vidas. Muitos nunca foram ao dentista. Temos um socioeducando com 17 restaurações para fazer. Isso é um número bem significativo, se considerarmos que ele tem 28 dentes. Trata-se de um público vulnerável e por isso o acompanhamento é fundamental”, detalhou o dentista.
Os serviços básicos de prevenção, aplicação de flúor, restauração, raspagem, uso correto da escovação, do fio dental contemplam 95% das necessidades dos socioeducandos do Casem. Casos de cirurgias mais complexas, que precisam de atendimento no Centro de Especialidades, têm raras incidências. Ao final de cada tratamento, o adolescente retorna de três a seis meses para fazer revisão e profilaxia, mesmo que não tenha nenhuma doença bucal.
Assistido na unidade, o adolescente de 13 anos retornou ao dentista depois de três meses para dar sequência ao tratamento de restauração e profilaxia. “Como cumprimos medidas socioeducativas, fazer esses tratamentos fora é mais complicado. Aqui dentro dá para fazer tudo”, reconheceu o rapaz. A facilidade de atendimento é um benefício que outro adolescente, de 15 anos, também admite como uma conquista. Semanalmente ele vai ao consultório do psicólogo da Casem para tratar ansiedade. “Faz muito bem, sabe? Eu tenho um sonho de cursar Direito um dia e minha atual condição me deixa muito nervoso, eu preciso de ajuda”, admitiu o adolescente, que interrompeu os estudos no 9º ano do ensino fundamental, mas diz que pretende retomar.
Saúde Mental
Frederico Dantas é psicólogo clínico do Casem e aponta o Transtorno de Ansiedade como a doença mais inerente à privação de liberdade. O profissional atua há 17 anos na Fundação Renascer, mas desde dezembro desempenha a parte clínica na unidade. “O comportamento ansioso é o mais presente, justamente porque a privação de liberdade está associada a ele. Porém, tem adolescentes que já têm acompanhamento anterior, de uso de medicação anterior. Alguns com transtornos de base, que já foram diagnosticados. Nestes casos, a necessidade é de um acompanhamento em conjunto com a nossa psiquiatria”, informou Dantas.
Segundo ele, tanto a ansiedade quanto a adaptação à privação de liberdade são os quadros mais recorrentes no Casem. Muitas vezes, o trabalho da psicoterapia é aliado ao tratamento medicamentoso prescrito pela médica psiquiatra Valdileia Santos, cedida da rede municipal de Socorro, em parceria com o Governo Estadual. “Observo muitos sintomas de abstinência do uso da substância, que alguns faziam antes de vir para cá. Esses desconfortos se acentuam com a privação de liberdade. Muitos se queixam de insônia, dores físicas, inquietações. Então entramos com a medicação para ajudar a diminuir esses incômodos”, detalhou a médica, sobre o trabalho de saúde multidisciplinar desenvolvido no Casem.
Além do acompanhamento de saúde, o Casem dispõe também de oficinas de música, artesanato e artes plásticas, capoeira, teatro, informática e manutenção de computadores, atividades esportivas e aulas escolares, que compõem algumas das medidas socioeducativas alinhadas ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e ao Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).