Em uma celebração do poder da leitura como ferramenta de transformação social, Sergipe conquistou a 2ª colocação no Prêmio ‘Saída é pela Leitura’, iniciativa que reconhece os estados com as maiores taxas de crescimento nas atividades de leitura dentro do sistema prisional. O anúncio ocorreu durante solenidade de abertura da 5ª edição da Jornada de Leitura no Cárcere, evento promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o Observatório do Livro e da Leitura, ocorrido na manhã desta segunda-feira, 4, pelo canal do CNJ no Youtube.
O prêmio surge como parte de uma estratégia mais ampla, alinhada à resolução CNJ n. 391/2021, que regulamenta as rotinas de acesso à leitura em ambientes prisionais para remição de pena por meio da leitura. Ele premia as unidades da federação que alcançaram o maior crescimento nos índices de leitores e de remição de pena pela leitura em suas unidades prisionais com base nos indicadores da Sisdepen – ferramenta de coleta de dados do sistema penitenciário brasileiro – referentes ao primeiro semestre de 2023 e primeiro semestre de 2024.
Sergipe ficou na segunda colocação apresentando um crescimento de 256,83%. Os estados do Piauí e do Pará ficaram na primeira e terceira colocação, respectivamente. A premiação foi composta por membros do Conselho Nacional de Justiça, da Fundação Biblioteca Nacional e da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Como resultado, os três estados receberão um acervo de 250 livros. O material será doado pela própria Fundação da Biblioteca Nacional, considerada a 6ª maior biblioteca do mundo e uma das maiores incentivadoras do projeto.
Para a secretária de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor, Viviane Pessoa, a conquista é um reconhecimento do esforço coletivo de muitas pessoas comprometidas com a reintegração social dos apenados. “A 2ª colocação de Sergipe não é apenas um troféu, mas uma vitória para todos os envolvidos na luta pela educação e reintegração social dos encarcerados. A leitura não apenas amplia horizontes, mas também oferece novas perspectivas e oportunidades. Estamos determinados a continuar investindo em projetos que incentivem a leitura e promovam a dignidade dentro do sistema prisional, reafirmando o nosso compromisso com a transformação de vidas e a construção de um futuro mais justo e igualitário para todos”, comemora a gestora.
Diretora do Núcleo de Reinserção Social da Sejuc, Edjane Marinho ressalta que a política de promoção da leitura e a educação adotada pela pasta no sistema penitenciário sergipano acabou sendo fundamental na conquista da segunda colocação. “São diversos programas de incentivo à leitura que foram implantados em todas as unidades prisionais, com o objetivo de promover novas perspectivas de vida aos que estão em situação de privação de liberdade. Ficamos muito felizes pelo reconhecimento, porque ele, além de valorizar o trabalho já realizado, também abre portas para novos projetos e parcerias que podem ampliar, ainda mais, o alcance das ações educativas no sistema prisional”, disse.
Na oportunidade, ela também destacou a parceria com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) para o resultado alcançado. “Por meio do Termo de Cooperação Técnica firmado com a Seduc, pudemos contar com diversos profissionais para operacionalização de todo projeto pedagógico, ampliando a oferta dos serviços educacionais nas dez unidades prisionais de Sergipe”, completa a diretora Edjane Marinho.
Jornada Literária
Entre os dias 4 e 7 de novembro acontece a 5ª Edição da Jornada de Leitura no Cárcere. Com o tema ‘A leitura como caminho para a liberdade’, o evento tem como objetivo promover o debate sobre o uso da leitura como ferramenta de transformação social para pessoas privadas de liberdade, além de qualificar a implementação de projetos de remição de pena pela leitura no sistema prisional brasileiro.
Com transmissão pelo canal do CNJ no Youtube, a Jornada será dividida em dois momentos principais. A primeira parte do evento, no dia 4, é voltada para profissionais que atuam no sistema de Justiça. De 5 a 7 de novembro, a programação focada em pessoas privadas de liberdade inclui conferências, oficinas, depoimentos de integrantes do Judiciário, de especialistas e de pessoas privadas de liberdade. Também haverá apresentações culturais de pessoas privadas de liberdade e oficinas.