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Quinta-Feira, 03 de Outubro de 2024 às 11:45:00
Seduc e Banese realizam ciclo de palestras sobre educação financeira para estudantes
Cerca de 5.800 estudantes monitores da rede estadual de ensino participaram das palestras, realizadas ao longo de setembro por um especialista do banco

Auxiliar os estudantes monitores da rede estadual de ensino a terem um relacionamento mais saudável e responsável com o dinheiro. Esse foi o objetivo principal do ciclo de palestras realizado pela Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), em parceria com o Banese, durante todo o mês de setembro. Cerca de 5.800 jovens, com idade entre 14 e 22 anos, de todos os municípios do estado, participaram da iniciativa. 

A palestra “Seu futuro financeiro além da sorte” foi ministrada pelo gerente de Suporte da Área de Estratégia Organizacional do Banese, e especialista em Educação Financeira e Inteligência Organizacional, Marcelo Antonio da Silva. Os tópicos abordados englobaram os estágios da vida financeira; orçamento familiar; mapeamento das dívidas; tipos de crédito, entre outros temas relevantes.  

“É comum a pessoas que não fazem a gestão financeira dos recursos que possuem, ou agem de maneira descontrolada, atribuírem os resultados obtidos ao acaso ou à sorte. É mais ou menos parecido com o que acontece quando há contabilidade mental, ou seja, a pessoa recebe dinheiro e acredita que pode consumir tudo o que desejar, até o momento em que o recurso acaba e a pessoa não sabe bem o que fez dele. Por isso o título da palestra trata sobre a questão sorte”, explica Marcelo Silva. 

Mais que passar dicas sobre o que seria um bom comportamento financeiro, a palestra abordou, de maneira simples, que praticar a gestão financeira é basicamente ter conhecimento e consciência sobre os valores recebidos e as despesas mensais, de modo que no final dessa equação o saldo seja positivo e o usuário esteja equilibrado, tanto do ponto de vista financeiro quanto emocional.

Consciência crítica 

A diretora do Serviço de Apoio ao Desenvolvimento Estudantil da SEDUC, Isabella Santos, explicou que o objetivo da secretaria, ao oferecer em parceria com o Banese as palestras sobre educação financeira, foi de auxiliar na formação cidadã dos estudantes, despertando-os para a necessidade de planejar os gastos pessoais de maneira mais responsável e eficiente, compreendendo a importância de viver dentro das reais condições econômicas. 

“Nosso intuito também foi o de promover nos estudantes uma conscientização sobre o consumo através do desenvolvimento de um senso crítico mais apurado, para que saibam diferenciar o primordial para a vivência deles, do que é supérfluo. Esperamos que os conhecimentos compartilhados possam ajudá-los no desenvolvimento da autoestima, da autonomia e da capacidade de administrar o próprio dinheiro”, reforçou a diretora. 

Segundo ela, o retorno dos estudantes que participaram do ciclo de palestras tem sido muito positivo. Isabella Santos reforça que a interação dos alunos com o palestrante foi ótima e muito construtiva, tendo como base os diversos comentários e questionamentos feitos pelos alunos via chat, durante as palestras. 

Consequências da falta de dinheiro 

De acordo com uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), para 78% dos brasileiros a incerteza financeira é a principal causa de preocupação. Estudos nacionais e internacionais apontam que o estresse financeiro, principalmente pela falta de dinheiro, pode levar a problemas do sono, irritabilidade, baixa autoestima e dificuldades de concentração. Pode, ainda, aumentar em oito vezes o risco de ansiedade e depressão. 

Por isso, afirma o especialista, é importante que desde cedo os jovens aprendam o valor e a importância que o dinheiro possui, e que saibam, efetivamente, lidar com os recursos que têm e que muitas vezes podem não ser fartos, mas quando bem-administrados, conseguem ser multiplicados. 

“Os alunos que participaram do ciclo de palestras recebem, enquanto monitores, uma bolsa mensal no valor de R$ 439, e o intuito foi passar para eles a ideia de que devem criar um compromisso com o próprio futuro, poupando uma parte do que ganham agora, ou ganharão em ocupações ou trabalhos vindouros. É esse comprometimento que fará com que adquiram o hábito de investir, mesmo que em modelos tradicionais, como na poupança”, comentou Marcelo Silva. 

Segundo ele, quanto mais cedo se fala e ensina sobre educação financeira, melhor. Isso proporciona a crianças e jovens a oportunidade de potencializar o valor do dinheiro, lidar de forma mais eficaz com os apelos consumistas, gerar renda para o futuro e se inserir no mercado de investimentos por meio da tecnologia. Dessa forma, eles podem alcançar a tão sonhada independência financeira de maneira mais consciente.