Neste Dia Mundial dos Animais, 4 de outubro, inicia-se a Semana de Proteção à Fauna, demarcada simbolicamente com o objetivo de chamar a atenção para a riqueza da biodiversidade brasileira e conscientizar a população sobre a importância de preservar os animais e seus habitats, considerando as inúmeras funções vitais que desempenham na sobrevivência dos ecossistemas. Nesse contexto, a Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) destaca a relevância do trabalho realizado pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que nos últimos 12 meses recebeu mais de 1.300 animais.
Localizada no Parque da Cidade, em Aracaju, a unidade é responsável pelo recebimento de animais silvestres resgatados, apreendidos em situação de maus-tratos, que sofreram acidentes ou que foram mantidos ilegalmente em cativeiro. O Cetas também recebe animais, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 16h, entregues voluntariamente por pessoas que vinham fazendo a criação de animais silvestres de forma irregular. Fazendo a entrega voluntária ao Cetas, o cidadão fica dispensado de sanções administrativas e multas ambientais, conforme o art. 24 do Decreto 6.514/2008.
De acordo com a veterinária da Adema e coordenadora do Cetas, Katiuscia Ribeiro, lá são realizados serviços como identificação, triagem, avaliação, tratamento e reabilitação dos animais recebidos. “Quando chegam ao Cetas, eles passam por uma avaliação clínica e, a depender das condições de saúde identificadas, são colocados em observação, submetidos a tratamento ou encaminhados para soltura em área de reserva ambiental, se considerados aptos ao retorno à natureza”, explica.
De setembro de 2023 a setembro de 2024, mais de 1.000 solturas foram realizadas e 193 animais foram totalmente reabilitados pelo Cetas. Em solturas recentes, foram devolvidos à natureza 94 jabutis e 22 pássaros”, detalha.
A presidente da Adema, Ingrid Cavalcanti, afirma que o Cetas recebe uma grande quantidade de animais apreendidos e, dessa forma, contribui para o fortalecimento do combate ao tráfico de animais silvestres em Sergipe. “Atuamos em parceria com outros órgãos ambientais e forças policiais, como a Companhia Independente de Polícia Ambiental (CIPAm), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ibama, apreendendo animais criados ou comercializados ilegalmente, retirando-os da condição de maus-tratos e auxiliando na sua identificação e manejo. É essencial haver um local apropriado para que eles sejam acolhidos, reabilitados e devidamente encaminhados”, pontua.
Atualmente, o Cetas abriga cerca de 100 animais em tratamento ou desenvolvimento, sob acompanhamento da equipe. De acordo com o veterinário coordenador do Parque da Cidade, Hildebrando Vieira Filho, o serviço prestado pelo Cetas é considerado de excelência. “O leque de ações é altamente diversificado, indo desde o aleitamento de filhotes até intervenções mais delicadas, passando pelo desenvolvimento de animais resgatados em fase jovem sem a mãe, e pela readaptação de animais ao convívio com a natureza”, pontua.
Reforma e estruturação
A estrutura física que abriga o Cetas é considerada, hoje, referência no Nordeste. Mantida pela Adema, a unidade acaba de passar por uma ampla reforma, custeada com recursos de compensação ambiental da Eneva, que aprimorou sua estrutura e adaptou os espaços para melhor acomodação e tratamento dos animais recebidos. Os serviços incluíram a construção de baias para internamento de aves, mamíferos e répteis, dez novos recintos no quarentenário e sala de necropsia; além da climatização e reforma da sala do veterinário, do quarentenário e demais espaços administrativos.