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Segunda-Feira, 18 de Novembro de 2024 às 16:15:00
Ambulatório de Seguimento implanta serviço especializado em cuidados paliativos pediátricos
Bebês prematuros, quando recebem alta hospitalar da MNSL, são encaminhados para continuar o tratamento no Ambulatório de Seguimento até os dois anos de idade

A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), órgão da Secretaria de Estado da Saúde (SES), está sempre trabalhando para ofertar serviços mais humanizados. Um exemplo é o caso da implantação de um ambulatório voltado para crianças com doenças crônicas complexas ou ameaçadoras de vida que fazem tratamento no Ambulatório de Seguimento do Recém-Nascido de Alto Risco Maria Creuza de Brito Figueiredo, antigo Follow-up, unidade da MNSL.

Os bebês prematuros, quando recebem alta hospitalar da MNSL, são encaminhados para continuar o tratamento no Ambulatório de Seguimento até os dois anos de idade. Como alguns bebês têm patologias crônicas com necessidades mais específicas, o serviço de seguimento ampliou sua abrangência com a implantação do Ambulatório de Cuidados Paliativos Pediátricos. 

 De acordo com a diretora técnica da MNSL,  a  pediatra Roseane Porto, o ambulatório de cuidados paliativos é mais um avanço muito importante para a humanização do cuidado do recém-nascido de alto risco, principalmente aqueles que possuem patologias crônicas que necessitam de um suporte multidisciplinar. “Como por exemplo, síndromes genéticas graves, pacientes com encefalopatia hipóxico-isquêmica, pacientes com doenças respiratórias que necessitem de suporte suplementar de oxigênio, entre outros casos”, detalhou. 

 Qualidade de vida

 A neonatologista Melissa Coragem passou a ser responsável pelo novo setor e explicou que cuidados paliativos trazem mais qualidade de vida para essas crianças. Para ela, ainda existe muito preconceito com a expressão ‘cuidados paliativos’, pois associam ao fim da vida.

 “Na verdade é qualidade de vida para pacientes que têm doenças crônicas complexas, com um acometimento importante que pode ser do sistema nervoso central, no coração ou pulmão, ou seja, doenças ameaçadoras da vida. Quando se inicia os cuidados paliativos, não impede que tenha um tratamento curativo. É caminhar junto o tratamento tanto de cura quanto dos cuidados paliativos. Paliativo é uma palavra derivada de palio, um manto protetor que os cavaleiros da Idade Média usavam. Então a palavra significa proteção, portanto, cuidado. E cuidar mesmo que não tenha chance de cura”, ressaltou a neonatologista.

 Melissa explicou que este serviço está se estruturando e já compõe uma rede multidisciplinar com assistente social, fisioterapeutas, enfermeiras, médica e psicólogo. Ainda conta com uma equipe médica de várias especialidades como neuropediatra, geneticista, cirurgião pediátrico, cardiopediatra, oftalmologista e ultrassonografista. “Estes profissionais fazem o seguimento conjuntamente com o nosso serviço”, descreveu.   

 A médica explicou que são trabalhados quatro aspectos, sendo a parte física com o controle dos sintomas. “Essas crianças às vezes sentem muita dor, falta de ar, sialorreia (muita produção de saliva), constipação, enfim, então nós focamos muito no alívio desses sintomas. Porém não só os sintomas físicos, o aspecto psicológico também, pois essas doenças trazem uma carga grande e pesada não só para as crianças, mas para essas famílias”, destacou. 

 Ainda tem o aspecto social, pois muitas mães precisam cuidar sozinhas de crianças que usam dispositivos como o traqueóstomo, por exemplo, e muitas vezes não contam com rede de apoio. “ O serviço social é muito importante para ver se elas conseguem os benefícios para a aquisição de insumos como sondas de aspiração, seringas e luvas estéreis para poder conseguir seguir com o tratamento e aqui nós orientamos as mães”, pontuou. 

 Lílian Silva Santos, do município de São Domingos, teve seu bebê MNSL onde precisou ficar na Utin e depois foi assistido na Ala Canguru,onde ficou internado por quase dois meses. Posteriormente, a criança precisou ser hospitalizada em decorrência de pneumonia e quando recebeu alta  foi encaminhado para ser acompanhado no ambulatório. “Meu filho teve uma bronquiolite que progrediu para pneumonia e ficou 52 dias na UTI do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse). Ele passou 35 dias entubado, recebeu alta com o traqueóstomo e eu tive que me adaptar, aprender a limpar. Hoje ele está com um ano e quatro meses e agora estamos sendo acompanhados aqui no Ambulatório. Gostei bastante do atendimento e espero que o meu filho melhore cada vez mais”, contou.