O Centro de Vivências da Universidade Federal de Sergipe (UFS) foi palco nesta sexta-feira, 18, da 14ª edição da Feira Científica de Sergipe (Cienart). A principal feira de iniciação científica do estado contou com a presença de 128 projetos apresentados nas categorias ‘Bancada – Ciências e Tecnologia’ e ‘Palco – Artes’, subdivididos em ensino fundamental (6º a 9º anos), ensino médio, e ensino médio com participação de professores do ensino superior.
Dos 250 inscritos nesta edição, 128 projetos foram classificados, sendo 104 destes realizados por alunos e professores da rede pública estadual de ensino. Os dados da Cienart confirmam que a rede pública estadual tem se consolidado como um celeiro de iniciação científica, com projetos classificados nos principais eventos nacionais e internacionais de Ciências, Tecnologia e Inovação.
Um dos projetos inovadores desta edição foi o ‘Blendas de esponjas para tratamento de águas cinzas’, realizado por estudantes do Centro de Excelência Professor Hamilton Alves Rochas. Ele está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), com ênfase na água potável e saneamento (ODS 6) e vida na água (ODS 14), destacando-se pelo impacto ambiental positivo.
Outro destaque foi para o ‘Tinta ecológica à base de terra para aplicação em bioconstrução”, realizado pelas alunas do Colégio Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes Viana, de Umbaúba, sob orientação do professor Makel Bruno. De acordo com as integrantes do grupo, a ideia surgiu de um problema identificado na localidade. Muitas pessoas na região fazem uso de cisternas com escavamento para a construção, e a proposta era de uma forma mais sustentável de uso do solo.
O professor Alisson Souza, do Colégio Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes Viana, afirmou que o Cienart foi um divisor de águas em sua vida. Por este motivo, ele estimula todos os seus alunos a participarem da feira. “A partir dessa experiência na Cienart, tive a oportunidade de participar do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIBIC). Quando eu entrei no ensino superior, fui bolsista do PIBID e também consegui uma bolsa de residência pedagógica. Hoje oriento quatro trabalhos que estão sendo apresentados com propostas inovadoras e sustentáveis. Além disso, também trouxe um grupo de alunos da rede municipal de Indiaroba para conhecer esse espaço de trocas de saberes”, disse ele.
Já os alunos do Centro de Excelência Roque José de Souza, de Campo do Brito, trouxeram para a feira os resultados da pesquisa ‘Robótica educacional: caminhos para inclusão por meio da sustentabilidade’. O objetivo do trabalho, segundo os integrantes do grupo, é estimular a criação de uma bengala e de uma mão mecânica, utilizando materiais sustentáveis e recicláveis.
Do Centro de Excelência Dom Juvêncio de Brito, de Canindé de São Francisco, foram selecionados dois projetos relacionados à fitoterapia: ‘Estudos fitofarmacológicos da Salvia Officinalis para tratamento de cefaleia, ansiedade e estresse’ e ‘Cheilantha do Sertão: o estudo da ação hipoglicemiante da pata de vaca’, ambos sob orientação da professora Lark Soany Santos.
A Cienart envolve também formação continuada, cursos, palestras, além da ‘Exposição Itinerante Línguas e Biomas’, que trata da biodiversidade de Sergipe e está circulando por escolas da rede pública estadual de ensino.
Cienart 2024
A presidente da Comissão Executora da Cienart, professora Zélia Soares Macedo, lembrou que a Cienart sempre acontece na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, sendo uma oportunidade para os alunos da Educação Básica conhecerem a UFS e viverem um dia de universitário.
“Este ano, as equipes que foram premiadas em 2023 receberam credenciais para participar de eventos nacionais no Rio Grande do Sul, São Paulo, Brasília, Recife e Belém. Dois destes trabalhos estão agora credenciados para uma Feira Internacional em Dubai. Na Cienart, 10% dos trabalhos são premiados, e um dos prêmios é a credencial para participar da Maratona de Inovação para o Bem (MIB), com desafios tecnológicos sob orientação de cientistas da NASA e do Google”, destaciu Zélia.
A Feira Científica de Sergipe é uma iniciativa conjunta da Associação Sergipana de Ciência (ASCi), Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Instituto Federal de Sergipe (IFS), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) e a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec).
Durante toda a exposição dos projetos na Feira, uma comissão de avaliação passa pelas bancadas e assiste aos trabalhos de palco. Ao final do evento, são contemplados com premiações os projetos com os primeiros lugares gerais, além dos que estão em consonância com os pilares dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, ou que têm um interesse público e poderão ser postos em prática.