Por meio das linguagens artísticas do teatro e da música, o Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE) e o Instituto Social Ágatha lançam a campanha ‘Vidas Livres’ de combate ao tráfico humano, que vai acontecer de 27 a 31 deste mês. A Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem) é partícipe da iniciativa, junto à Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo em Sergipe (Coetrae/SE).

A ação vai levar informação para a população, por meio de esquetes teatrais e musicais em espaços públicos de Aracaju e de quatro cidades do interior. O Grupo teatral Raízes Nordestinas, do município de Poço Redondo, será o porta-voz nesta missão. Uma mostra de como serão as apresentações foi dada na manhã desta sexta-feira, 26 de julho, no auditório do MPT-SE, com a apresentação da peça ‘Mais vale ser passarinho seguro no seu ninho do que voando à toa, perdido, sem ter caminho’, com texto de Raimundo Venâncio.

O secretário de Estado do Trabalho, Jorge Teles, e o presidente em exercício da Coetrae, Aldo Vasconcelos, estiveram presentes no lançamento. O secretário destacou a relevância de discutir a temática. “A missão de erradicação do trabalho escravo é muito importante. Um momento oportuno de discutir com a sociedade essas mazelas, que ainda persistem. E nada melhor do que a comunicação lúdica para você levar para a nossa população um assunto como esse e trazer luz a um problema grave, que é o tráfico de pessoas. Então campanhas como essas fazem com que o sergipano diga ‘não’, diga ‘basta’ a essa indignidade”, disse Teles. 

A campanha conta também com a música tema deste ano, ‘Repente da Liberdade’, uma composição do artista sergipano Nino Karvan. 

O procurador do Trabalho e coordenador regional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), Adroaldo Bispo, explicou que a escolha pelo uso das artes para a campanha busca conscientizar e informar mais facilmente a população. “Foi a forma que nós encontramos para sensibilizar o cidadão, uma forma que o nordestino compreende bem, traduzindo na linguagem do povo brasileiro, do homem simples, como essa barbaridade tem sido praticada. O que nós pretendemos é levar ao maior número de pessoas possível”, informou o procurador.

No mês de agosto, as apresentações irão para os quatro municípios sergipanos que nos últimos anos tiveram os maiores números de trabalhadores resgatados, que são Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Monte Alegre e Porto da Folha. A presidente do Instituto Ágatha, Talita Verônica, explica que ainda persistem mitos quanto se pensa em tráfico humano, e a informação é uma importante ferramenta neste enfrentamento. 

“Desde 2017, o Instituto Social Ágatha vem trabalhando na socialização de conhecimento, articulação política para o fim do tráfico humano em Sergipe. E a gente acredita muito nessa premissa de que quanto mais pessoas souberem sobre o assunto, menos pessoas serão vítimas. Desde 2022, a gente está com essa parceria com o Ministério Público do Trabalho,  somando esforços com a Secretaria de Estado do Trabalho, para poder erradicar o tráfico humano, porque ele se vale de toda a parte socioeconômica. Garantir que esse trabalhador tenha acesso a um trabalho digno, que os seus direitos sejam respeitados, isso tudo ajuda no combate ao tráfico humano aqui em Sergipe”, concluiu a presidente.