Trabalhadoras rurais do assentamento Quilombola Pirangi, localizado no município de Capela, no Médio Sertão sergipano, participaram nesta semana de um dia de prática demonstrativa de métodos agroecológicos, voltados para a produção de biofertilizantes e de mudas com a utilização de substrato de coco. O treinamento faz parte do processo de formação continuada da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) para melhoria da qualidade de vida dos agricultores da comunidade e contou com a participação de 53 agricultoras familiares, em alusão às atividades comemorativas ao Dia da Mulher.
Na ocasião, os participantes receberam a visita da agricultora familiar do município de Nossa Senhora da Glória, Maria José de Jesus Oliveira, conhecida como Maria da Horta, que levou toda sua experiência no uso do fertilizante natural. “Essa é uma troca de experiências. Eu vim mostrar o conhecimento que adquiri com a Emdagro, de como elas poderão trabalhar o solo e o controle de pragas, através da produção de biofertilizantes e do cultivo da moringa para a alimentação animal”, destacou.
Segundo o engenheiro agrônomo Renato Figueiredo, a metodologia aplicada demonstrou como produzir biofertilizantes a partir do pó de rocha, esterco de vaca fresco e água, como também a produção de mudas de moringas para a alimentação dos animais. “Realizamos a prática de um bioinsumo para elaboração de um biofertilizante foliar, a ser utilizado nos cultivos do assentamento Pirangi e outra prática com o cultivo da moringa, que será utilizada como alimentação alternativa proteica, para compor a ração da criação dos animais da comunidade”, disse ele.
O agrônomo acrescentou que, nas próximas etapas, novas alternativas serão aplicadas, como a folha da mandioca, macaxeira, a raspa da mandioca e a própria manipueira. “É sempre dentro desse contexto que nós vamos trabalhando com a comunidade, reduzindo custos e melhorando a qualidade de vida deles, através dessas tecnologias agroecológicas”, destacou Renato.
Para a agricultora familiar Maria Vanda Feliz de Souza, o treinamento lhe deu uma nova visão sobre a produção agroecológica. “Fiquei muito impressionada com a produção dos biofertilizantes. É muito fácil de fazer e tenho todo o material na minha propriedade. Já quanto à moringa, eu tenho mais de trinta pés em casa e vou aproveitar para dar para os bichos [animais] comerem”, comentou.
Ação permanente
Com esse treinamento, as equipes dos escritórios Central e local da Emdagro, de Nossa Senhora das Dores, já promoveram quatro encontros técnicos com a comunidade. “No primeiro dia foi feito um diagnóstico, no qual foram observados os pontos positivos e negativos, para se trabalhar nessas oficinas. Na segunda oportunidade, foi realizada uma prática de plantio de estacas de gliricídia, que é mais uma fonte de alimentação protéica para o animal”, esclareceu Renato.