Os Jogos da Primavera, maior evento do desporto escolar promovido pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria do Estado de Esporte e Lazer (Seel) e da Secretaria do Estado da Educação e da Cultura (Seduc), entram no segundo mês de competições com disputas em 27 modalidades. Participam da 40ª edição dos Jogos 11.117 alunos de 479 escolas municipais, estaduais e privadas, dos 75 municípios do estado.
Neste fim de semana, a natação e a paranatação estrearam no Parque Aquático Zé Peixe, no bairro 13 de Julho. Ao todo, participaram dos torneios, 306 alunos na natação e 41 alunos na paranatação, dentre eles, a presença de alunos bem especiais, do Colégio Indígena Estadual Dom José Brandão de Castro, da Tribo Xokó, do município de Porto da Folha.
Analy, Kamily e Isaac, de 14 anos, estavam ansiosos para participar. As duas estudantes disputaram os 100m livres e Isaac, 50m nado crawl. Foi a primeira vez dos três na modalidade. ‘’É a primeira vez que participo dos Jogos da Primavera. É um orgulho estar aqui representando a minha escola, ainda mais na natação, que é o esporte que a gente gosta. A gente treinou muito no nosso rio, muitas pessoas acharam que a gente não chegaria até aqui hoje, por não ter uma piscina, mas nós temos uma piscina sim, nosso rio, com peixes e ondas’’, afirma Analy.
A presença de crianças indígenas nos jogos escolares é uma poderosa ferramenta de inclusão, garantindo que elas se sintam parte da comunidade escolar mais ampla. Isso também educa os outros estudantes sobre a diversidade cultural, promovendo o respeito e o entendimento mútuo entre diferentes grupos étnicos. A interação direta em ambientes como jogos escolares ajuda a quebrar estereótipos e preconceitos, mostrando que, no esporte, todos podem competir em igualdade de condições. Isso é essencial para combater o racismo e a discriminação. Participar em jogos escolares permite que as crianças mostrem seus talentos e habilidades, potencialmente abrindo portas para oportunidades futuras em esportes e outras áreas. Esse engajamento pode ser importante para o desenvolvimento pessoal e para aumentar a autoconfiança delas, independente de raça ou etnia.
O esporte é uma maneira eficaz de promover a saúde física e mental. Para crianças indígenas, especialmente aquelas de comunidades remotas, os jogos escolares podem oferecer acesso a atividades físicas regulares que talvez não estejam disponíveis em suas comunidades. "Na escola indígena em que trabalho, lidero um Projeto Esportivo de Futsal e Handebol. Durante os Jogos da Primavera, acabei inscrevendo três alunos na natação, atendendo ao desejo deles de vivenciarem essa experiência única. Como professor, sinto-me responsável por proporcionar esses momentos aos alunos, incentivando também outras escolas em comunidades distantes a participarem’’, declara o professor Rafael.
A secretária de Estado do Esporte, Mariana Dantas, reforça a importância da presença da escola indígena nas competições. "A participação de crianças indígenas em jogos escolares, como os Jogos da Primavera, é uma prática que deve ser encorajada, planejada e apoiada com cuidado e respeito, garantindo que os eventos sejam um espaço de celebração da diversidade, competição saudável e aprendizado mútuo’’.