A operação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) será retomada em Sergipe. O anúncio foi feito pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira, 9, em evento realizado em Camaçari (BA). O Governo do Estado esteve presente na solenidade, sendo representado pelo vice-governador, Zezinho Sobral.
Na ocasião, Lula esteve presente para a inauguração da fábrica da montadora automobilística BYD, em Camaçari. Durante seu discurso, ele citou a retomada da Fafen e garantiu que as atividades serão realizadas tanto na Bahia, quanto em Sergipe. “A Fafen vai voltar a funcionar na Bahia e em Sergipe porque, agora, seremos donos do nosso nariz, também na produção de fertilizantes", confirmou o presidente.
Retornando de agenda no Rio de Janeiro (RJ), onde participou da Abav Expo 2025, a maior feira de negócios de turismo do Brasil, o governador Fábio Mitidieri exaltou a notícia. “O presidente Lula anunciou oficialmente o retorno da Fafen para Bahia e Sergipe, e convidei Zezinho a participar desse momento histórico. Isso é fundamental para o nosso estado e a nossa economia, gerando mais oportunidades, emprego e renda. A Fafen está desde 1980 fazendo parte da história de Sergipe, grandes obras foram realizadas no estado através dela e, após o momento difícil de hibernação, temos a certeza de que voltaremos a viver um tempo próspero na produção de fertilizantes", afirmou o chefe do Executivo estadual.
Representando o Governo de Sergipe no evento em Camaçari, Zezinho Sobral celebrou a notícia e destacou os vários impactos positivos da volta das operações. “Representamos o governador Fábio Mitidieri neste evento, onde há algo importantíssimo para nós: a reabertura das Fafens na Bahia e em Sergipe. Isso é fundamental, pois significa soberania. O Brasil é o maior produtor de alimentos do mundo, e nós precisamos ter independência na produção de fertilizantes nitrogenados. Reabrir a Fafen significa que o Brasil vai produzir aqui fertilizantes para o desenvolvimento do campo. É bom para o produtor rural, para o homem do campo, desenvolvendo o agronegócio e a agricultura familiar", frisou.
O anúncio oficial do retorno da Fafen ao estado pelo presidente Lula representa um marco que simboliza a renovação da força industrial sergipana, a geração de empregos e um novo ciclo de desenvolvimento para o Nordeste, com Sergipe fazendo parte ativamente deste momento.
Sobre a retomada
A reativação da Fafen representa um marco para a economia de Sergipe. O governador Fábio Mitidieri, junto com a equipe de governo, esteve à frente das negociações com a Petrobras. O esforço conjunto entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) e demais órgãos estaduais garantiu condições estruturais e de incentivo para a retomada.
No mês de setembro, a Petrobras e a Engeman, empresa vencedora do processo licitatório, assinaram o contrato que define o planejamento operacional da Fafen de Sergipe para retomada das operações. Logo em seguida, Fábio Mitidieri recebeu representantes da empresa para uma reunião que detalhou o processo. A expectativa é de que até o final de 2025 a produção de CO2, amônia e ureia comece a ser retomada na unidade, gerando 1.400 empregos diretos e indiretos, sendo 338 vagas abertas pelo portal GO Sergipe, vinculado à Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem).
A Fafen de Sergipe foi implantada pela Petrobras em 1980, tornando-se um polo estratégico para a produção de ureia, amônia e sulfato de amônio no Nordeste, e impulsionando o desenvolvimento da infraestrutura em Sergipe. Arrendada à iniciativa privada desde 2020, ela teve suas atividades paralisadas em março de 2024, após a Unigel, então operadora da unidade, alegar inviabilidade econômica.
Depois de alinhamentos judiciais envolvendo a Unigel, a Petrobras abriu licitação para recebimento de propostas para os serviços de operação das fábricas de fertilizantes em Sergipe e na Bahia. O prazo foi concluído em julho de 2025, com o registro de seis propostas. A Engeman Manutenção de Equipamentos foi a vencedora, com valor aproximado de R$ 976 milhões.
Para Sergipe, a licitação prevê serviços de operação e manutenção das unidades de produção de amônia e ureia granulada. A planta passa a ser operada pela Engeman, na condição de prestadora de serviços, enquanto a Petrobras fica responsável pelas atividades comerciais.