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Quarta-Feira, 12 de Junho de 2024 às 09:55:00
Renda irlandesa recebe reconhecimento merecido no Arraiá do Povo 2024
De tema do palco ao figurino de artista, patrimônio imaterial de Sergipe ganha destaque no maior festejo junino do estado

A renda irlandesa tem sido um dos destaques dos festejos no Arraiá do Povo, na Orla da Atalaia. O Patrimônio Imaterial de Sergipe e Cultural do Brasil é o tema deste ano no Palco Rogério. Os grandes nomes da música sergipana e brasileira se apresentam com a grande moldura iluminada que reproduz o traçado da tradicional renda produzida em Divina Pastora, município do leste sergipano. 

Frente ao palco, Aldecilia Carvalho, 45 anos, rendeira há 33 anos, não esconde a emoção ao ver o trabalho de sua vida em destaque no Arraiá do Povo. “É uma sensação enorme quando eu vi esse palco assim. Eu fiquei encantada, mostrando o nosso patrimônio cultural do Brasil, a nossa renda irlandesa. Achei sensacional. A renda irlandesa  simboliza alegria, cultura, diversão, arte e muito amor”, afirmou a artesã. 

A rendeira Cristina Beatriz também se emociona com a homenagem à renda irlandesa no maior festejo junino de Sergipe. “Não somente o meu sentimento, mas o de todas as bordadeiras, que nos ensinaram, é de orgulho, muito orgulho. Porque eu estou começando agora, mas nossas mestras estão há anos, anos mesmo, preservando a tradição da renda”, contou a jovem de 21 anos. 

Cristina relata que iniciou os trabalhos como rendeira após ser convidada para ser social media. Como passava muito tempo com as artesãs, tomou gosto e já trabalha há sete meses com a renda irlandesa. “Foram anos de muitas lutas para ter reconhecimento, mas as rendeiras persistem, e nosso trabalho hoje está sendo valorizado, cada vez mais, inclusive. Vai ser algo que vai ficar marcado para o resto da nossa vida”, declarou a artesã. 

Além do destaque no Palco Rogério, a renda irlandesa é protagonista na Vila do Forró, onde as artesãs divina-pastorenses comercializam seus trabalhos. Durante os 60 dias dos festejos, sergipanos e turistas poderão comprar as peças diretamente das artesãs, que, além de mostrar as produções para pessoas de todo o país, garantem o aumento da renda com as vendas. 

Reconhecimento dos forrozeiros 

A homenagem feita no Palco Rogério à renda irlandesa não passou despercebida pelo público, que reconheceu a importância de valorizar a cultura sergipana. Ao ver o palco pela primeira vez, o aracajuano Hernani Santos de Souza destacou a relevância da homenagem. “Muito bonito e uma homenagem justa para o pessoal lá de Divina Pastora. Justa homenagem e o palco está lindo, a festa está linda, tudo lindo”, afirmou. 

Para uma forrozeira em especial, o tema do palco foi motivo de emoção. Natural de Divina Pastora, Márcia Alves Brito ressaltou a força feminina por trás da produção da renda irlandesa. “Nosso artesanato tradicional representa uma fonte de renda para as mulheres que vivem dela. A renda irlandesa hoje tem mais divulgação e as pessoas valorizam muito os trabalhos. É motivo de orgulho esse palco, porque é muito lindo”, salientou. 

Outra forrozeira que passou pelo palco e reconheceu a referência para a renda irlandesa foi Juliany Santos. “Foi a primeira coisa que eu comentei, que o palco estava lindo. Reconheci a referência da renda irlandesa. Comentei que adorei o palco do ano passado, que foi a sanfona, mas que este ano realmente o palco está lindo e trouxe uma referência que está sendo conhecida agora pelo Brasil todo”, destacou. 

Figurino especial 

Pelo segundo ano consecutivo, a cantora Solange se apresentou no palco do Arraiá do Povo com figurino de renda irlandesa. No encerramento da primeira noite do ‘Elas no Comando’, no dia 6, a artista foi com seu vestido customizado de renda irlandesa. “A estilista Carol Cajé desenhou e fez o vestido em harmonia com o tema do palco. A renda irlandesa é um artesanato exclusivo de Sergipe, achei de grande valia prestigiar”, detalhou a cantora. 

Ao saber que o tema da ornamentação do palco seria renda irlandesa, Carol Cajé conta que foi automática a decisão de prestar uma homenagem à cultura sergipana por meio da roupa da artista. “Quando vi o palco eu disse que não podia ser outra coisa diferente no figurino deste ano. Temos que trabalhar a renda irlandesa e valorizar as rendeiras. O trabalho delas é muito minucioso e muita gente não sabe valorizar. Então nós, que somos da terra, precisamos ser os primeiros a valorizar”, defendeu a estilista. 

Patrimônio sergipano

A renda irlandesa é um tipo de renda de agulha. Em Sergipe, a opção das mulheres no município de Divina Pastora por trabalharem com o lacê do tipo cordão sedoso achatado resultou na confecção de uma renda singular, ressaltada pelo relevo e brilho. 

O modo de fazer renda irlandesa, tendo como referência o ofício em Divina Pastora, foi considerado Patrimônio Cultural do Brasil em 2009, registrado no no livro de registro de saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2019, a lei Nº 8.586 decretou a renda como Patrimônio Imaterial de Sergipe, e instituiu também o Dia do Rendeiro e da Rendeira, comemorado no dia 15 de julho.

Desde o início da atual gestão, o Governo do Estado tem investido no fomento ao artesanato em todo estado, com a realização de exposições e incentivo à comercialização desses produtos, e em especial na renda irlandesa, que é produzida principalmente nos municípios de Divina Pastora, Maruim, Laranjeiras e Nossa Senhora do Socorro.

Uma comitiva oficial de Sergipe foi à Irlanda, em novembro passado, para uma agenda voltada ao fortalecimento dos laços diplomáticos e promoção de intercâmbio comercial de artesanato produzido em Sergipe, com objetivo de viabilizar a exportação de peças de renda irlandesa produzidas no estado, ampliando a geração de renda e emprego por meio do artesanato desse saber-fazer hoje que somente o estado de Sergipe detém.

País do Forró

Durante 60 dias, o clima junino tomará conta do estado, fortalecendo o turismo, a cultura popular e aquecendo a economia em vários setores envolvidos na realização dos eventos. A programação do Arraiá do Povo e Vila do Forró é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Secretaria Especial da Comunicação (Secom), Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e Banese, com apoio da Energisa, Netiz e Shopping Jardins, e patrocínio da Eneva, Pisolar, Deso, Maratá, GBarbosa e Serviço Social do Comércio (Sesc).

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Renda irlandesa recebe reconhecimento merecido no Arraiá do Povo 2024
De tema do palco ao figurino de artista, patrimônio imaterial de Sergipe ganha destaque no maior festejo junino do estado
Quarta-Feira, 12 de Junho de 2024 às 09:55:00

A renda irlandesa tem sido um dos destaques dos festejos no Arraiá do Povo, na Orla da Atalaia. O Patrimônio Imaterial de Sergipe e Cultural do Brasil é o tema deste ano no Palco Rogério. Os grandes nomes da música sergipana e brasileira se apresentam com a grande moldura iluminada que reproduz o traçado da tradicional renda produzida em Divina Pastora, município do leste sergipano. 

Frente ao palco, Aldecilia Carvalho, 45 anos, rendeira há 33 anos, não esconde a emoção ao ver o trabalho de sua vida em destaque no Arraiá do Povo. “É uma sensação enorme quando eu vi esse palco assim. Eu fiquei encantada, mostrando o nosso patrimônio cultural do Brasil, a nossa renda irlandesa. Achei sensacional. A renda irlandesa  simboliza alegria, cultura, diversão, arte e muito amor”, afirmou a artesã. 

A rendeira Cristina Beatriz também se emociona com a homenagem à renda irlandesa no maior festejo junino de Sergipe. “Não somente o meu sentimento, mas o de todas as bordadeiras, que nos ensinaram, é de orgulho, muito orgulho. Porque eu estou começando agora, mas nossas mestras estão há anos, anos mesmo, preservando a tradição da renda”, contou a jovem de 21 anos. 

Cristina relata que iniciou os trabalhos como rendeira após ser convidada para ser social media. Como passava muito tempo com as artesãs, tomou gosto e já trabalha há sete meses com a renda irlandesa. “Foram anos de muitas lutas para ter reconhecimento, mas as rendeiras persistem, e nosso trabalho hoje está sendo valorizado, cada vez mais, inclusive. Vai ser algo que vai ficar marcado para o resto da nossa vida”, declarou a artesã. 

Além do destaque no Palco Rogério, a renda irlandesa é protagonista na Vila do Forró, onde as artesãs divina-pastorenses comercializam seus trabalhos. Durante os 60 dias dos festejos, sergipanos e turistas poderão comprar as peças diretamente das artesãs, que, além de mostrar as produções para pessoas de todo o país, garantem o aumento da renda com as vendas. 

Reconhecimento dos forrozeiros 

A homenagem feita no Palco Rogério à renda irlandesa não passou despercebida pelo público, que reconheceu a importância de valorizar a cultura sergipana. Ao ver o palco pela primeira vez, o aracajuano Hernani Santos de Souza destacou a relevância da homenagem. “Muito bonito e uma homenagem justa para o pessoal lá de Divina Pastora. Justa homenagem e o palco está lindo, a festa está linda, tudo lindo”, afirmou. 

Para uma forrozeira em especial, o tema do palco foi motivo de emoção. Natural de Divina Pastora, Márcia Alves Brito ressaltou a força feminina por trás da produção da renda irlandesa. “Nosso artesanato tradicional representa uma fonte de renda para as mulheres que vivem dela. A renda irlandesa hoje tem mais divulgação e as pessoas valorizam muito os trabalhos. É motivo de orgulho esse palco, porque é muito lindo”, salientou. 

Outra forrozeira que passou pelo palco e reconheceu a referência para a renda irlandesa foi Juliany Santos. “Foi a primeira coisa que eu comentei, que o palco estava lindo. Reconheci a referência da renda irlandesa. Comentei que adorei o palco do ano passado, que foi a sanfona, mas que este ano realmente o palco está lindo e trouxe uma referência que está sendo conhecida agora pelo Brasil todo”, destacou. 

Figurino especial 

Pelo segundo ano consecutivo, a cantora Solange se apresentou no palco do Arraiá do Povo com figurino de renda irlandesa. No encerramento da primeira noite do ‘Elas no Comando’, no dia 6, a artista foi com seu vestido customizado de renda irlandesa. “A estilista Carol Cajé desenhou e fez o vestido em harmonia com o tema do palco. A renda irlandesa é um artesanato exclusivo de Sergipe, achei de grande valia prestigiar”, detalhou a cantora. 

Ao saber que o tema da ornamentação do palco seria renda irlandesa, Carol Cajé conta que foi automática a decisão de prestar uma homenagem à cultura sergipana por meio da roupa da artista. “Quando vi o palco eu disse que não podia ser outra coisa diferente no figurino deste ano. Temos que trabalhar a renda irlandesa e valorizar as rendeiras. O trabalho delas é muito minucioso e muita gente não sabe valorizar. Então nós, que somos da terra, precisamos ser os primeiros a valorizar”, defendeu a estilista. 

Patrimônio sergipano

A renda irlandesa é um tipo de renda de agulha. Em Sergipe, a opção das mulheres no município de Divina Pastora por trabalharem com o lacê do tipo cordão sedoso achatado resultou na confecção de uma renda singular, ressaltada pelo relevo e brilho. 

O modo de fazer renda irlandesa, tendo como referência o ofício em Divina Pastora, foi considerado Patrimônio Cultural do Brasil em 2009, registrado no no livro de registro de saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2019, a lei Nº 8.586 decretou a renda como Patrimônio Imaterial de Sergipe, e instituiu também o Dia do Rendeiro e da Rendeira, comemorado no dia 15 de julho.

Desde o início da atual gestão, o Governo do Estado tem investido no fomento ao artesanato em todo estado, com a realização de exposições e incentivo à comercialização desses produtos, e em especial na renda irlandesa, que é produzida principalmente nos municípios de Divina Pastora, Maruim, Laranjeiras e Nossa Senhora do Socorro.

Uma comitiva oficial de Sergipe foi à Irlanda, em novembro passado, para uma agenda voltada ao fortalecimento dos laços diplomáticos e promoção de intercâmbio comercial de artesanato produzido em Sergipe, com objetivo de viabilizar a exportação de peças de renda irlandesa produzidas no estado, ampliando a geração de renda e emprego por meio do artesanato desse saber-fazer hoje que somente o estado de Sergipe detém.

País do Forró

Durante 60 dias, o clima junino tomará conta do estado, fortalecendo o turismo, a cultura popular e aquecendo a economia em vários setores envolvidos na realização dos eventos. A programação do Arraiá do Povo e Vila do Forró é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Secretaria Especial da Comunicação (Secom), Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e Banese, com apoio da Energisa, Netiz e Shopping Jardins, e patrocínio da Eneva, Pisolar, Deso, Maratá, GBarbosa e Serviço Social do Comércio (Sesc).