A renda irlandesa tem sido um dos destaques dos festejos no Arraiá do Povo, na Orla da Atalaia. O Patrimônio Imaterial de Sergipe e Cultural do Brasil é o tema deste ano no Palco Rogério. Os grandes nomes da música sergipana e brasileira se apresentam com a grande moldura iluminada que reproduz o traçado da tradicional renda produzida em Divina Pastora, município do leste sergipano.
Frente ao palco, Aldecilia Carvalho, 45 anos, rendeira há 33 anos, não esconde a emoção ao ver o trabalho de sua vida em destaque no Arraiá do Povo. “É uma sensação enorme quando eu vi esse palco assim. Eu fiquei encantada, mostrando o nosso patrimônio cultural do Brasil, a nossa renda irlandesa. Achei sensacional. A renda irlandesa simboliza alegria, cultura, diversão, arte e muito amor”, afirmou a artesã.
A rendeira Cristina Beatriz também se emociona com a homenagem à renda irlandesa no maior festejo junino de Sergipe. “Não somente o meu sentimento, mas o de todas as bordadeiras, que nos ensinaram, é de orgulho, muito orgulho. Porque eu estou começando agora, mas nossas mestras estão há anos, anos mesmo, preservando a tradição da renda”, contou a jovem de 21 anos.
Cristina relata que iniciou os trabalhos como rendeira após ser convidada para ser social media. Como passava muito tempo com as artesãs, tomou gosto e já trabalha há sete meses com a renda irlandesa. “Foram anos de muitas lutas para ter reconhecimento, mas as rendeiras persistem, e nosso trabalho hoje está sendo valorizado, cada vez mais, inclusive. Vai ser algo que vai ficar marcado para o resto da nossa vida”, declarou a artesã.
Além do destaque no Palco Rogério, a renda irlandesa é protagonista na Vila do Forró, onde as artesãs divina-pastorenses comercializam seus trabalhos. Durante os 60 dias dos festejos, sergipanos e turistas poderão comprar as peças diretamente das artesãs, que, além de mostrar as produções para pessoas de todo o país, garantem o aumento da renda com as vendas.
Reconhecimento dos forrozeiros
A homenagem feita no Palco Rogério à renda irlandesa não passou despercebida pelo público, que reconheceu a importância de valorizar a cultura sergipana. Ao ver o palco pela primeira vez, o aracajuano Hernani Santos de Souza destacou a relevância da homenagem. “Muito bonito e uma homenagem justa para o pessoal lá de Divina Pastora. Justa homenagem e o palco está lindo, a festa está linda, tudo lindo”, afirmou.
Para uma forrozeira em especial, o tema do palco foi motivo de emoção. Natural de Divina Pastora, Márcia Alves Brito ressaltou a força feminina por trás da produção da renda irlandesa. “Nosso artesanato tradicional representa uma fonte de renda para as mulheres que vivem dela. A renda irlandesa hoje tem mais divulgação e as pessoas valorizam muito os trabalhos. É motivo de orgulho esse palco, porque é muito lindo”, salientou.
Outra forrozeira que passou pelo palco e reconheceu a referência para a renda irlandesa foi Juliany Santos. “Foi a primeira coisa que eu comentei, que o palco estava lindo. Reconheci a referência da renda irlandesa. Comentei que adorei o palco do ano passado, que foi a sanfona, mas que este ano realmente o palco está lindo e trouxe uma referência que está sendo conhecida agora pelo Brasil todo”, destacou.
Figurino especial
Pelo segundo ano consecutivo, a cantora Solange se apresentou no palco do Arraiá do Povo com figurino de renda irlandesa. No encerramento da primeira noite do ‘Elas no Comando’, no dia 6, a artista foi com seu vestido customizado de renda irlandesa. “A estilista Carol Cajé desenhou e fez o vestido em harmonia com o tema do palco. A renda irlandesa é um artesanato exclusivo de Sergipe, achei de grande valia prestigiar”, detalhou a cantora.
Ao saber que o tema da ornamentação do palco seria renda irlandesa, Carol Cajé conta que foi automática a decisão de prestar uma homenagem à cultura sergipana por meio da roupa da artista. “Quando vi o palco eu disse que não podia ser outra coisa diferente no figurino deste ano. Temos que trabalhar a renda irlandesa e valorizar as rendeiras. O trabalho delas é muito minucioso e muita gente não sabe valorizar. Então nós, que somos da terra, precisamos ser os primeiros a valorizar”, defendeu a estilista.
Patrimônio sergipano
A renda irlandesa é um tipo de renda de agulha. Em Sergipe, a opção das mulheres no município de Divina Pastora por trabalharem com o lacê do tipo cordão sedoso achatado resultou na confecção de uma renda singular, ressaltada pelo relevo e brilho.
O modo de fazer renda irlandesa, tendo como referência o ofício em Divina Pastora, foi considerado Patrimônio Cultural do Brasil em 2009, registrado no no livro de registro de saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2019, a lei Nº 8.586 decretou a renda como Patrimônio Imaterial de Sergipe, e instituiu também o Dia do Rendeiro e da Rendeira, comemorado no dia 15 de julho.
Desde o início da atual gestão, o Governo do Estado tem investido no fomento ao artesanato em todo estado, com a realização de exposições e incentivo à comercialização desses produtos, e em especial na renda irlandesa, que é produzida principalmente nos municípios de Divina Pastora, Maruim, Laranjeiras e Nossa Senhora do Socorro.
Uma comitiva oficial de Sergipe foi à Irlanda, em novembro passado, para uma agenda voltada ao fortalecimento dos laços diplomáticos e promoção de intercâmbio comercial de artesanato produzido em Sergipe, com objetivo de viabilizar a exportação de peças de renda irlandesa produzidas no estado, ampliando a geração de renda e emprego por meio do artesanato desse saber-fazer hoje que somente o estado de Sergipe detém.
País do Forró
Durante 60 dias, o clima junino tomará conta do estado, fortalecendo o turismo, a cultura popular e aquecendo a economia em vários setores envolvidos na realização dos eventos. A programação do Arraiá do Povo e Vila do Forró é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Secretaria Especial da Comunicação (Secom), Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e Banese, com apoio da Energisa, Netiz e Shopping Jardins, e patrocínio da Eneva, Pisolar, Deso, Maratá, GBarbosa e Serviço Social do Comércio (Sesc).
A renda irlandesa tem sido um dos destaques dos festejos no Arraiá do Povo, na Orla da Atalaia. O Patrimônio Imaterial de Sergipe e Cultural do Brasil é o tema deste ano no Palco Rogério. Os grandes nomes da música sergipana e brasileira se apresentam com a grande moldura iluminada que reproduz o traçado da tradicional renda produzida em Divina Pastora, município do leste sergipano.
Frente ao palco, Aldecilia Carvalho, 45 anos, rendeira há 33 anos, não esconde a emoção ao ver o trabalho de sua vida em destaque no Arraiá do Povo. “É uma sensação enorme quando eu vi esse palco assim. Eu fiquei encantada, mostrando o nosso patrimônio cultural do Brasil, a nossa renda irlandesa. Achei sensacional. A renda irlandesa simboliza alegria, cultura, diversão, arte e muito amor”, afirmou a artesã.
A rendeira Cristina Beatriz também se emociona com a homenagem à renda irlandesa no maior festejo junino de Sergipe. “Não somente o meu sentimento, mas o de todas as bordadeiras, que nos ensinaram, é de orgulho, muito orgulho. Porque eu estou começando agora, mas nossas mestras estão há anos, anos mesmo, preservando a tradição da renda”, contou a jovem de 21 anos.
Cristina relata que iniciou os trabalhos como rendeira após ser convidada para ser social media. Como passava muito tempo com as artesãs, tomou gosto e já trabalha há sete meses com a renda irlandesa. “Foram anos de muitas lutas para ter reconhecimento, mas as rendeiras persistem, e nosso trabalho hoje está sendo valorizado, cada vez mais, inclusive. Vai ser algo que vai ficar marcado para o resto da nossa vida”, declarou a artesã.
Além do destaque no Palco Rogério, a renda irlandesa é protagonista na Vila do Forró, onde as artesãs divina-pastorenses comercializam seus trabalhos. Durante os 60 dias dos festejos, sergipanos e turistas poderão comprar as peças diretamente das artesãs, que, além de mostrar as produções para pessoas de todo o país, garantem o aumento da renda com as vendas.
Reconhecimento dos forrozeiros
A homenagem feita no Palco Rogério à renda irlandesa não passou despercebida pelo público, que reconheceu a importância de valorizar a cultura sergipana. Ao ver o palco pela primeira vez, o aracajuano Hernani Santos de Souza destacou a relevância da homenagem. “Muito bonito e uma homenagem justa para o pessoal lá de Divina Pastora. Justa homenagem e o palco está lindo, a festa está linda, tudo lindo”, afirmou.
Para uma forrozeira em especial, o tema do palco foi motivo de emoção. Natural de Divina Pastora, Márcia Alves Brito ressaltou a força feminina por trás da produção da renda irlandesa. “Nosso artesanato tradicional representa uma fonte de renda para as mulheres que vivem dela. A renda irlandesa hoje tem mais divulgação e as pessoas valorizam muito os trabalhos. É motivo de orgulho esse palco, porque é muito lindo”, salientou.
Outra forrozeira que passou pelo palco e reconheceu a referência para a renda irlandesa foi Juliany Santos. “Foi a primeira coisa que eu comentei, que o palco estava lindo. Reconheci a referência da renda irlandesa. Comentei que adorei o palco do ano passado, que foi a sanfona, mas que este ano realmente o palco está lindo e trouxe uma referência que está sendo conhecida agora pelo Brasil todo”, destacou.
Figurino especial
Pelo segundo ano consecutivo, a cantora Solange se apresentou no palco do Arraiá do Povo com figurino de renda irlandesa. No encerramento da primeira noite do ‘Elas no Comando’, no dia 6, a artista foi com seu vestido customizado de renda irlandesa. “A estilista Carol Cajé desenhou e fez o vestido em harmonia com o tema do palco. A renda irlandesa é um artesanato exclusivo de Sergipe, achei de grande valia prestigiar”, detalhou a cantora.
Ao saber que o tema da ornamentação do palco seria renda irlandesa, Carol Cajé conta que foi automática a decisão de prestar uma homenagem à cultura sergipana por meio da roupa da artista. “Quando vi o palco eu disse que não podia ser outra coisa diferente no figurino deste ano. Temos que trabalhar a renda irlandesa e valorizar as rendeiras. O trabalho delas é muito minucioso e muita gente não sabe valorizar. Então nós, que somos da terra, precisamos ser os primeiros a valorizar”, defendeu a estilista.
Patrimônio sergipano
A renda irlandesa é um tipo de renda de agulha. Em Sergipe, a opção das mulheres no município de Divina Pastora por trabalharem com o lacê do tipo cordão sedoso achatado resultou na confecção de uma renda singular, ressaltada pelo relevo e brilho.
O modo de fazer renda irlandesa, tendo como referência o ofício em Divina Pastora, foi considerado Patrimônio Cultural do Brasil em 2009, registrado no no livro de registro de saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2019, a lei Nº 8.586 decretou a renda como Patrimônio Imaterial de Sergipe, e instituiu também o Dia do Rendeiro e da Rendeira, comemorado no dia 15 de julho.
Desde o início da atual gestão, o Governo do Estado tem investido no fomento ao artesanato em todo estado, com a realização de exposições e incentivo à comercialização desses produtos, e em especial na renda irlandesa, que é produzida principalmente nos municípios de Divina Pastora, Maruim, Laranjeiras e Nossa Senhora do Socorro.
Uma comitiva oficial de Sergipe foi à Irlanda, em novembro passado, para uma agenda voltada ao fortalecimento dos laços diplomáticos e promoção de intercâmbio comercial de artesanato produzido em Sergipe, com objetivo de viabilizar a exportação de peças de renda irlandesa produzidas no estado, ampliando a geração de renda e emprego por meio do artesanato desse saber-fazer hoje que somente o estado de Sergipe detém.
País do Forró
Durante 60 dias, o clima junino tomará conta do estado, fortalecendo o turismo, a cultura popular e aquecendo a economia em vários setores envolvidos na realização dos eventos. A programação do Arraiá do Povo e Vila do Forró é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Secretaria Especial da Comunicação (Secom), Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e Banese, com apoio da Energisa, Netiz e Shopping Jardins, e patrocínio da Eneva, Pisolar, Deso, Maratá, GBarbosa e Serviço Social do Comércio (Sesc).