Em alusão à campanha nacional Setembro Amarelo, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) promoveu nesta quinta-feira, 11, um momento leve, com uma apresentação teatral, para alertar os seus servidores sobre os cuidados com a saúde mental no trabalho. A ação é uma iniciativa da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS), do setor de Vigilância em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Visat) e do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa).

A referência técnica em Saúde do Trabalhador, Maria Simone da Silva, explicou que o intuito da ação é fazer com que os trabalhadores consigam identificar sinais de adoecimento mental causados pelo trabalho, além de saber quando e onde buscar ajuda. “Está sendo muito importante levar essa mensagem porque dessa forma as pessoas fazem reconhecimento do seu adoecimento. Muitas vezes esses trabalhadores não sabem nem que estão doentes. Apesar de ser um tema denso, o teatro vem com a leveza e mostra para essas pessoas a importância de cuidar da sua saúde mental e também conseguir ajudar o próximo”, destacou Maria Simone. 

Atores do grupo teatral ‘Coletivo Teatro de Mala’ apresentaram a peça ‘Como vai você?’, que abordou, de maneira lúdica, a importância de entender que o trabalho também pode ser um fator adoecedor. “A ideia da peça é unir teatro e informação, além de proporcionar um momento de descontração para que o trabalhador entenda que ele não está sozinho e a importância de notificar quando não está bem”, explicou o ator e diretor teatral Ewertton Nunes.

A referência técnica do Núcleo de Vigilância de Violências e Acidentes da SES, Maiana Félix, foi uma das servidoras que prestigiaram a encenação. Para ela, a ação é muito importante, ainda mais em um local de trabalho que comporta tantos profissionais. “O trabalho pode ser fonte de bem-estar, como também pode ser fonte de adoecimento. Então, a gente precisa estar atento para identificar esses sinais de adoecimento. Também precisamos prestar atenção aos nossos colegas e tentar ajudar”, declarou.
 
Um dos objetivos da iniciativa é contribuir para resolver o problema de subnotificação de casos de adoecimento mental relacionado ao trabalho no Estado. Em 10 anos, foram notificadas apenas 136 ocorrências em Sergipe, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). 

A peça será apresentada ainda para trabalhadores de dez órgãos públicos entre os meses de setembro e outubro. Só nesta semana, ela já foi encenada para servidores da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) e da Polícia Científica de Sergipe (PCi/SE) e, agora, na SES. 

Cerest

Na oportunidade, também foram divulgados os serviços oferecidos pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) da SES, que é responsável por desenvolver ações assistenciais e preventivas com o objetivo de garantir a qualidade de vida e saúde dos trabalhadores. 

O Cerest conta com uma equipe multidisciplinar pronta para atender aqueles que estão com algum adoecimento relacionado ao trabalho. “Nós promovemos ações de prevenção e realizamos atendimentos a todas essas questões de saúde relacionadas ao trabalho. Desde um simples acidente, que pode ser provocado casualmente no trabalho, até questões mais complexas, como a saúde mental do trabalhador”, enfatizou a referência técnica do Cerest, Antônio Cardoso.

Além disso, o Centro recebe notificações de casos de adoecimento mental no ambiente de trabalho, realiza o acompanhamento dos episódios e traça estratégias para prevenir novas ocorrências. 
 
Saúde mental

Síndrome de Burnout, ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e problemas de sono são alguns dos principais transtornos mentais relacionados ao trabalho. Eles podem surgir devido às condições do ambiente de trabalho como estresse excessivo, pressão, sobrecarga de tarefas ou falta de apoio. 

Esses transtornos podem afetar a qualidade de vida dos trabalhadores e, por isso, é preciso estar atento aos sinais, notificar e procurar ajuda. A população pode encontrar apoio e tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), em clínicas e hospitais com atendimento psicológico e psiquiátrico, e também no Centro de Convivência e Valorização (CVV) por meio do Disque 188.