“A doação de sangue é um gesto tão simples para quem pode doar, mas que pode salvar a minha vida e de muitas outras pessoas”, expressa o estudante Arthur Boto, de 35 anos, que faz tratamento para o linfoma de Hodgkin - câncer no sistema linfático -, há cinco anos, no Setor de Oncologia do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse). Por causa da doença, a equipe médica normalmente recorre à transfusão de sangue durante os internamentos de Arthur. “A qualquer baixa de imunidade a equipe recorre ao hemocentro. Além do sangue, preciso das plaquetas”, contou.
Emocionado, o aracajuano recorda a primeira vez que precisou de uma doação. “Vi meu corpo tão fraco por causa da baixa imunidade, baixa plaqueta, e notei a dimensão da importância dessas doações. Cada gota de plaqueta que entrou no meu organismo era como ouro para mim. Me fortaleceu, deu vitalidade. Eu estava muito debilitado”, relembrou. Com o acompanhamento no Huse, o quadro de saúde estabilizou e Arthur aguarda o transplante de medula óssea. “Com fé em Nossa Senhora, serei curado após esse transplante”.
A doação de sangue é crucial tanto para atender os pacientes da urgência e emergência como os que necessitam passar por procedimento cirúrgico e, em especial, para pacientes com doenças hematológicas crônicas, que necessitam de transfusão regular. O barbeiro Luís Eduardo Freire, 21 anos, tem o mesmo reconhecimento de Arthur sobre a importância das doações de sangue. Ele está internado desde abril no Huse, após o diagnóstico de leucemia, câncer que afeta as células sanguíneas. O rapaz não suspeitava da doença, quando sofreu um acidente doméstico e, acompanhado da esposa, saiu de Nossa Senhora do Socorro em busca de atendimento em Aracaju.
“Eu trabalhava e vivia normalmente. Depois de uma partida de futebol, notei minhas pernas inchadas. Como também fazia musculação, não suspeitava de nada, achava que era dor muscular, principalmente na panturrilha. Os sintomas não passavam e peguei atestado. Eu caí na sala de minha casa, porque não conseguia me movimentar. Mesmo assim tentei voltar ao trabalho, mas não consegui”, relembrou.
Luis Eduardo reitera a importância de os doadores manterem a frequência, além de novos voluntários se apresentarem ao Hemose. “Eu tinha um colega de quarto com tipo sanguíneo raro. Quando acharam um doador para ele, não deu tempo. Ele acabou falecendo antes. Que as pessoas se conscientizem de o quanto gente como ele e eu precisamos de ajuda. Doar não doi, é rápido, além de salvar nossas vidas”, defendeu. Segundo o Hospital de Urgência de Sergipe, tanto Arthur quanto Luis Eduardo apresentam quadros estáveis de recuperação.
De janeiro a setembro de 2024, o Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose), que integra a rede de serviços da Secretaria de Estado de Saúde (SES), coletou 27.889 doações e efetivou a doação de 21.783 bolsas, contendo entre 400 e 450 mililitros de sangue. Esse volume foi alcançado por meio de doações de reposição, resultado de campanhas, e doadores fidelizados, que são aqueles que contribuem regularmente.
O número, embora considerado expressivo, segundo a gerente de captação de doadores do Hemose, Rosely Dantas, ainda não é suficiente para atingir a meta de 120 doações ao dia. Além disso, em épocas críticas, como próximo a grandes eventos, o estoque fica comprometido. “No Carnaval, São João, final de ano e férias escolares, nosso estoque diminui, porque os doadores regulares faltam. Por isso estamos em constante sensibilização”, destacou a gestora.
Doadores
Como reiterou a gerente de captação de doadores do Hemose, os doadores regulares são os ideais, devido ao compromisso de retorno para a coleta. A lavradora Joária Conceição, de 39 anos, doa sangue no Hemose desde 2012, quando conheceu a unidade depois da cirurgia da mãe. Ela não descontinuou as doações e hoje encoraja a adesão à causa. “Há 12 anos sou doadora de sangue. Começou por conta da minha mãe, que na época estava com câncer, mas vi o quanto é importante para os outros pacientes. Não doi, é rápido e muito tranquilo de fazer”, incentivou.
Existem situações em que o Hemose acaba recebendo muitos voluntários, quando são feitas campanhas de doação para um paciente em específico. Este é o caso do ceramista Jefferson Silva, de 24 anos, que veio de Capela após a família de um amigo pedir ajuda. “Ele sofreu um acidente de moto e está internado no Huse”, revelou. Foi a primeira vez que Jefferson doou sangue e considera retornar para ser um doador regular. “É um gesto nobre, ajuda o próximo. Hoje estou atendendo um amigo, mas muita gente precisa”, prontificou-se.
David Ruan também é um caso de doador de reposição, aquele que doa a pedido da família ou amigo, e foi ao Hemose doar sangue para a mãe, que fará uma cirurgia de mioma. “É por precaução, caso ela precise durante o procedimento”, detalhou a estudante de Matemática, de 20 anos, que pretende se cadastrar como doador fidelizado.
Captação
O setor de captação de doadores do Hemose tem por objetivo manter o estoque abastecido. Diariamente, ele é verificado e, por meio desse levantamento, vê-se a necessidade de mobilizar campanhas e realizar busca ativa de doadores. “Na maioria das vezes, temos doações de reposição, ou seja, aqueles que já vêm com o nome do paciente. Não é ruim, é bom, porque eles vêm pela primeira vez e normalmente se convertem em doador voluntário, porque vê a necessidade de um parente, amigo, conhecido e se fidelizam”, informou a gerente Rosely, acrescentando que o ideal para o hemocentro são os doadores voluntários e fidelizados, devido à manutenção de retornos.
A recomendação é que mulheres doem até três vezes ao ano e os homens, quatro. Em cada doação é coletado o equivalente a 10% do sangue do organismo. O Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho, unidade referência estadual, principalmente na área de traumatologia, é o maior demandante do Hemose, dentro de toda rede que o hemocentro atende.
“Precisamos ter sempre o estoque abastecido. Em casos de acidente, por exemplo, são ocorrências que demandam muito. Esse volume que coletamos de doação por pessoa não fará falta ao organismo do doador e tem o potencial de salvar uma vida”, completou Rosely. A partir de 16 anos é possível se tornar um doador, desde que a autorização dos responsáveis seja apresentada e a idade limite recomendada para fazer a coleta é ter até 69 anos.
“A doação de sangue é um gesto tão simples para quem pode doar, mas que pode salvar a minha vida e de muitas outras pessoas”, expressa o estudante Arthur Boto, de 35 anos, que faz tratamento para o linfoma de Hodgkin - câncer no sistema linfático -, há cinco anos, no Setor de Oncologia do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse). Por causa da doença, a equipe médica normalmente recorre à transfusão de sangue durante os internamentos de Arthur. “A qualquer baixa de imunidade a equipe recorre ao hemocentro. Além do sangue, preciso das plaquetas”, contou.
Emocionado, o aracajuano recorda a primeira vez que precisou de uma doação. “Vi meu corpo tão fraco por causa da baixa imunidade, baixa plaqueta, e notei a dimensão da importância dessas doações. Cada gota de plaqueta que entrou no meu organismo era como ouro para mim. Me fortaleceu, deu vitalidade. Eu estava muito debilitado”, relembrou. Com o acompanhamento no Huse, o quadro de saúde estabilizou e Arthur aguarda o transplante de medula óssea. “Com fé em Nossa Senhora, serei curado após esse transplante”.
A doação de sangue é crucial tanto para atender os pacientes da urgência e emergência como os que necessitam passar por procedimento cirúrgico e, em especial, para pacientes com doenças hematológicas crônicas, que necessitam de transfusão regular. O barbeiro Luís Eduardo Freire, 21 anos, tem o mesmo reconhecimento de Arthur sobre a importância das doações de sangue. Ele está internado desde abril no Huse, após o diagnóstico de leucemia, câncer que afeta as células sanguíneas. O rapaz não suspeitava da doença, quando sofreu um acidente doméstico e, acompanhado da esposa, saiu de Nossa Senhora do Socorro em busca de atendimento em Aracaju.
“Eu trabalhava e vivia normalmente. Depois de uma partida de futebol, notei minhas pernas inchadas. Como também fazia musculação, não suspeitava de nada, achava que era dor muscular, principalmente na panturrilha. Os sintomas não passavam e peguei atestado. Eu caí na sala de minha casa, porque não conseguia me movimentar. Mesmo assim tentei voltar ao trabalho, mas não consegui”, relembrou.
Luis Eduardo reitera a importância de os doadores manterem a frequência, além de novos voluntários se apresentarem ao Hemose. “Eu tinha um colega de quarto com tipo sanguíneo raro. Quando acharam um doador para ele, não deu tempo. Ele acabou falecendo antes. Que as pessoas se conscientizem de o quanto gente como ele e eu precisamos de ajuda. Doar não doi, é rápido, além de salvar nossas vidas”, defendeu. Segundo o Hospital de Urgência de Sergipe, tanto Arthur quanto Luis Eduardo apresentam quadros estáveis de recuperação.
De janeiro a setembro de 2024, o Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose), que integra a rede de serviços da Secretaria de Estado de Saúde (SES), coletou 27.889 doações e efetivou a doação de 21.783 bolsas, contendo entre 400 e 450 mililitros de sangue. Esse volume foi alcançado por meio de doações de reposição, resultado de campanhas, e doadores fidelizados, que são aqueles que contribuem regularmente.
O número, embora considerado expressivo, segundo a gerente de captação de doadores do Hemose, Rosely Dantas, ainda não é suficiente para atingir a meta de 120 doações ao dia. Além disso, em épocas críticas, como próximo a grandes eventos, o estoque fica comprometido. “No Carnaval, São João, final de ano e férias escolares, nosso estoque diminui, porque os doadores regulares faltam. Por isso estamos em constante sensibilização”, destacou a gestora.
Doadores
Como reiterou a gerente de captação de doadores do Hemose, os doadores regulares são os ideais, devido ao compromisso de retorno para a coleta. A lavradora Joária Conceição, de 39 anos, doa sangue no Hemose desde 2012, quando conheceu a unidade depois da cirurgia da mãe. Ela não descontinuou as doações e hoje encoraja a adesão à causa. “Há 12 anos sou doadora de sangue. Começou por conta da minha mãe, que na época estava com câncer, mas vi o quanto é importante para os outros pacientes. Não doi, é rápido e muito tranquilo de fazer”, incentivou.
Existem situações em que o Hemose acaba recebendo muitos voluntários, quando são feitas campanhas de doação para um paciente em específico. Este é o caso do ceramista Jefferson Silva, de 24 anos, que veio de Capela após a família de um amigo pedir ajuda. “Ele sofreu um acidente de moto e está internado no Huse”, revelou. Foi a primeira vez que Jefferson doou sangue e considera retornar para ser um doador regular. “É um gesto nobre, ajuda o próximo. Hoje estou atendendo um amigo, mas muita gente precisa”, prontificou-se.
David Ruan também é um caso de doador de reposição, aquele que doa a pedido da família ou amigo, e foi ao Hemose doar sangue para a mãe, que fará uma cirurgia de mioma. “É por precaução, caso ela precise durante o procedimento”, detalhou a estudante de Matemática, de 20 anos, que pretende se cadastrar como doador fidelizado.
Captação
O setor de captação de doadores do Hemose tem por objetivo manter o estoque abastecido. Diariamente, ele é verificado e, por meio desse levantamento, vê-se a necessidade de mobilizar campanhas e realizar busca ativa de doadores. “Na maioria das vezes, temos doações de reposição, ou seja, aqueles que já vêm com o nome do paciente. Não é ruim, é bom, porque eles vêm pela primeira vez e normalmente se convertem em doador voluntário, porque vê a necessidade de um parente, amigo, conhecido e se fidelizam”, informou a gerente Rosely, acrescentando que o ideal para o hemocentro são os doadores voluntários e fidelizados, devido à manutenção de retornos.
A recomendação é que mulheres doem até três vezes ao ano e os homens, quatro. Em cada doação é coletado o equivalente a 10% do sangue do organismo. O Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho, unidade referência estadual, principalmente na área de traumatologia, é o maior demandante do Hemose, dentro de toda rede que o hemocentro atende.
“Precisamos ter sempre o estoque abastecido. Em casos de acidente, por exemplo, são ocorrências que demandam muito. Esse volume que coletamos de doação por pessoa não fará falta ao organismo do doador e tem o potencial de salvar uma vida”, completou Rosely. A partir de 16 anos é possível se tornar um doador, desde que a autorização dos responsáveis seja apresentada e a idade limite recomendada para fazer a coleta é ter até 69 anos.