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Quarta-Feira, 28 de Agosto de 2024 às 10:30:00
Banese apoia participação do 1° sergipano nos Jogos Paralímpicos 2024
Banco dos sergipanos se soma às ações do Governo de Sergipe para levar Ulisses Leal à competição internacional em Paris; natural de Lagarto, o atleta de 44 anos acumula vários títulos nacionais.

Até onde os sonhos podem te levar? Os de Ulisses Leal Freitas, sergipano de 44 anos e atleta paraciclista, os levaram à França para os Jogos Paralímpicos 2024, em Paris, como um dos atletas convocados para defender o Time Brasil no ciclismo, na categoria H4. Com os Jogos começando nesta quarta-feira, 28, e se estendendo até 8 de setembro, Ulisses embarcou para a capital francesa no início de agosto, preparado para competir no mais alto nível da categoria. 

Componente do Time Sergipe, o atleta é patrocinado pelo Governo do Estado, e contou com o apoio do Grupo Banese para ir à França e depois a Zurique, na Suíça, onde disputará o Campeonato do Mundo de Ciclismo e Paraciclismo. Ele também é apoiado pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) e pelo Governo Federal, através do Bolsa Atleta. O sergipano foi convocado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, com base nos resultados apresentados por ele no período de 2022 a 2024. 

Ao longo de 12 anos de ciclismo, o lagartense já conquistou diversas vitórias. Ele é tetracampeão brasileiro de paraciclismo, tetracampeão da Copa do Brasil, campeão sergipano, e este ano, até o momento, já conquistou seis medalhas de ouro em competições nacionais. Foi o primeiro sergipano a participar dos Jogos Parapan-Americanos, na edição 2023, em Santiago, no Chile, e agora é o primeiro sergipano paratleta em uma olimpíada. 

“Estar nas Paralimpíadas defendendo o Brasil é um sonho conquistado. Iniciei no ciclismo em 2012, e na minha primeira competição fora do estado, em 2013, meu único objetivo era não chegar em último lugar. Fiquei paraplégico após um acidente em 2008, e quando consegui me recuperar, física e mentalmente, fui reinventando meus sonhos, esquecendo os que tinha no passado, porque aprendi, da pior forma possível, a valorizar a minha vida, e a pessoa que não sonha já morreu”, declarou o paraciclista. 

Trabalho integrado 

A primeira-dama de Sergipe e Secretária de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania, Érica Mitidieri, salientou a importância do trabalho integrado das instituições do poder público estadual para alavancar o esporte e gerar oportunidades para mais pessoas. “Muito feliz em conseguir esse subsídio para Ulisses Freitas, um paratleta sergipano que vai representar nosso estado e nosso país nas Paralimpíadas de Paris. Quero agradecer ao Banese e à Secretaria de Estado do Esporte e Lazer por esse apoio. Agora é torcer, e eu sei que Ulisses vai dar o melhor dele e encher os sergipanos de orgulho”, ressaltou Érica Mitidieri. 

O apoio do Banese ao esporte também foi destacado pela secretária de Estado do Esporte e do Lazer, Mariana Dantas. "É com enorme orgulho que vemos nosso paratleta, Ulisses Freitas, um exemplo de superação e talento, representar Sergipe e o Brasil em Paris. Essa conquista é fruto de muito trabalho e dedicação, e o apoio do Governo do Estado, em parceria com o Banese, é essencial para que ele tenha condições ideais de se preparar e competir em alto nível. O Banese, como maior patrocinador do esporte sergipano, desempenha um papel fundamental ao incentivar e acreditar no potencial dos nossos atletas", explicou a gestora. 

Já o presidente do Banese, Marco Queiroz, salientou que a ampliação do apoio ao esporte, assim como à economia, à inclusão e à cultura estadual, é fruto dos avanços que o banco vem conquistando nos últimos dois anos. “O fortalecimento do Banese, pela gestão do governador Fábio Mitidieri, tem propiciado o aumento dos investimentos do banco no esporte sergipano em todas as modalidades, incluindo o paraesporte”, destacou. 

Um minuto e tudo mudou 

Ulisses Leal é o mais velho de seis irmãos, filhos de um funcionário do Banese e de uma professora aposentados. Nascido em Lagarto, cresceu e morou em Paripiranga, e, aos 15 anos, mudou para Aracaju para estudar na Escola Agrotécnica de São Cristóvão. Desde jovem sempre foi muito ligado aos esportes. Cursava Educação Física, jogava futebol e dava aulas de capoeira em um projeto social para crianças e adolescentes de escola pública dos municípios de Simão Dias (SE) e Paripiranga (BA). 

Em 2006, ingressou na Polícia Militar do Estado da Bahia, e dois anos depois, o segundo irmão também foi aprovado, e ambos foram lotados no 20° Batalhão, localizado na cidade de Paulo Afonso. No dia 22 de agosto de 2008, ele e o irmão viajavam de moto, de Paulo Afonso a Paripiranga para dar aulas no projeto social, e no caminho um motorista bêbado invadiu a contramão e os acertou em cheio. 

O irmão de Ulisses faleceu seis dias após o acidente, aos 26 anos, e ele, à época com 28 anos, passou 11 meses internado em um hospital da Bahia, seis deles em isolamento para tratar uma bactéria super-resistente. Durante esse tempo, foi submetido a dez cirurgias, mas os danos causados na medula foram irreversíveis e o deixaram paraplégico. 

Quando a visão de mundo mudou 

Após a alta hospitalar, Ulisses passou dois anos recluso em casa, em depressão. A virada de chave aconteceu uma tarde, ao acordar ouvindo a voz do filho, à época com 5 anos de idade. “Aquilo mexeu comigo, porque pensei que exemplo de pai eu seria para ele. Naquele mesmo dia fui para um treino de basquete sentado, e minha visão se abriu”, relembra o paratleta. 

Com o tempo, Ulisses Leal percebeu que deveria praticar um esporte individual, e em 2012 descobriu o ciclismo. Em 2018, em meio às dificuldades impostas pelo esporte, que tem alto custo de manutenção, tanto com a bike quanto com a suplementação necessária, acabou desgostando e desistiu do ciclismo. O retorno às competições aconteceu em 2021, após a pandemia. 

“Os dois anos em que ficamos trancados em casa, por causa da Covid-19, aproveitei para treinar, fazia isso três vezes por dia, e acabei perdendo peso. Em 2021, quando a vida voltou ao ritmo normal e as competições reiniciaram, decidi participar só para ver como estava, e estava muito melhor que antes, ganhando competições, e isso me fez retornar de vez ao esporte”, contou. 

Hoje, o tempo de Ulisses é dividido entre momentos com a família, o trabalho, os treinos para as competições - antes mesmo de o sol nascer, e as aulas do curso de Medicina no Campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em Lagarto. 

“Vim de família humilde, e todos nós vencemos pelo estudo. Depois das conquistas que tive no esporte, decidi me dedicar à medicina para poder ajudar outras pessoas. Se puder dar um conselho, depois de tudo que vivi, seria: não desista nunca, porque vamos cair, decepcionar-nos, a vida vai bater forte, e nem tudo será perfeito. Acredite naquele 1% e não desista”, finalizou Ulisses Leal.

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Banco dos sergipanos se soma às ações do Governo de Sergipe para levar Ulisses Leal à competição internacional em Paris; natural de Lagarto, o atleta de 44 anos acumula vários títulos nacionais.
Quarta-Feira, 28 de Agosto de 2024 às 10:30:00

Até onde os sonhos podem te levar? Os de Ulisses Leal Freitas, sergipano de 44 anos e atleta paraciclista, os levaram à França para os Jogos Paralímpicos 2024, em Paris, como um dos atletas convocados para defender o Time Brasil no ciclismo, na categoria H4. Com os Jogos começando nesta quarta-feira, 28, e se estendendo até 8 de setembro, Ulisses embarcou para a capital francesa no início de agosto, preparado para competir no mais alto nível da categoria. 

Componente do Time Sergipe, o atleta é patrocinado pelo Governo do Estado, e contou com o apoio do Grupo Banese para ir à França e depois a Zurique, na Suíça, onde disputará o Campeonato do Mundo de Ciclismo e Paraciclismo. Ele também é apoiado pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) e pelo Governo Federal, através do Bolsa Atleta. O sergipano foi convocado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, com base nos resultados apresentados por ele no período de 2022 a 2024. 

Ao longo de 12 anos de ciclismo, o lagartense já conquistou diversas vitórias. Ele é tetracampeão brasileiro de paraciclismo, tetracampeão da Copa do Brasil, campeão sergipano, e este ano, até o momento, já conquistou seis medalhas de ouro em competições nacionais. Foi o primeiro sergipano a participar dos Jogos Parapan-Americanos, na edição 2023, em Santiago, no Chile, e agora é o primeiro sergipano paratleta em uma olimpíada. 

“Estar nas Paralimpíadas defendendo o Brasil é um sonho conquistado. Iniciei no ciclismo em 2012, e na minha primeira competição fora do estado, em 2013, meu único objetivo era não chegar em último lugar. Fiquei paraplégico após um acidente em 2008, e quando consegui me recuperar, física e mentalmente, fui reinventando meus sonhos, esquecendo os que tinha no passado, porque aprendi, da pior forma possível, a valorizar a minha vida, e a pessoa que não sonha já morreu”, declarou o paraciclista. 

Trabalho integrado 

A primeira-dama de Sergipe e Secretária de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania, Érica Mitidieri, salientou a importância do trabalho integrado das instituições do poder público estadual para alavancar o esporte e gerar oportunidades para mais pessoas. “Muito feliz em conseguir esse subsídio para Ulisses Freitas, um paratleta sergipano que vai representar nosso estado e nosso país nas Paralimpíadas de Paris. Quero agradecer ao Banese e à Secretaria de Estado do Esporte e Lazer por esse apoio. Agora é torcer, e eu sei que Ulisses vai dar o melhor dele e encher os sergipanos de orgulho”, ressaltou Érica Mitidieri. 

O apoio do Banese ao esporte também foi destacado pela secretária de Estado do Esporte e do Lazer, Mariana Dantas. "É com enorme orgulho que vemos nosso paratleta, Ulisses Freitas, um exemplo de superação e talento, representar Sergipe e o Brasil em Paris. Essa conquista é fruto de muito trabalho e dedicação, e o apoio do Governo do Estado, em parceria com o Banese, é essencial para que ele tenha condições ideais de se preparar e competir em alto nível. O Banese, como maior patrocinador do esporte sergipano, desempenha um papel fundamental ao incentivar e acreditar no potencial dos nossos atletas", explicou a gestora. 

Já o presidente do Banese, Marco Queiroz, salientou que a ampliação do apoio ao esporte, assim como à economia, à inclusão e à cultura estadual, é fruto dos avanços que o banco vem conquistando nos últimos dois anos. “O fortalecimento do Banese, pela gestão do governador Fábio Mitidieri, tem propiciado o aumento dos investimentos do banco no esporte sergipano em todas as modalidades, incluindo o paraesporte”, destacou. 

Um minuto e tudo mudou 

Ulisses Leal é o mais velho de seis irmãos, filhos de um funcionário do Banese e de uma professora aposentados. Nascido em Lagarto, cresceu e morou em Paripiranga, e, aos 15 anos, mudou para Aracaju para estudar na Escola Agrotécnica de São Cristóvão. Desde jovem sempre foi muito ligado aos esportes. Cursava Educação Física, jogava futebol e dava aulas de capoeira em um projeto social para crianças e adolescentes de escola pública dos municípios de Simão Dias (SE) e Paripiranga (BA). 

Em 2006, ingressou na Polícia Militar do Estado da Bahia, e dois anos depois, o segundo irmão também foi aprovado, e ambos foram lotados no 20° Batalhão, localizado na cidade de Paulo Afonso. No dia 22 de agosto de 2008, ele e o irmão viajavam de moto, de Paulo Afonso a Paripiranga para dar aulas no projeto social, e no caminho um motorista bêbado invadiu a contramão e os acertou em cheio. 

O irmão de Ulisses faleceu seis dias após o acidente, aos 26 anos, e ele, à época com 28 anos, passou 11 meses internado em um hospital da Bahia, seis deles em isolamento para tratar uma bactéria super-resistente. Durante esse tempo, foi submetido a dez cirurgias, mas os danos causados na medula foram irreversíveis e o deixaram paraplégico. 

Quando a visão de mundo mudou 

Após a alta hospitalar, Ulisses passou dois anos recluso em casa, em depressão. A virada de chave aconteceu uma tarde, ao acordar ouvindo a voz do filho, à época com 5 anos de idade. “Aquilo mexeu comigo, porque pensei que exemplo de pai eu seria para ele. Naquele mesmo dia fui para um treino de basquete sentado, e minha visão se abriu”, relembra o paratleta. 

Com o tempo, Ulisses Leal percebeu que deveria praticar um esporte individual, e em 2012 descobriu o ciclismo. Em 2018, em meio às dificuldades impostas pelo esporte, que tem alto custo de manutenção, tanto com a bike quanto com a suplementação necessária, acabou desgostando e desistiu do ciclismo. O retorno às competições aconteceu em 2021, após a pandemia. 

“Os dois anos em que ficamos trancados em casa, por causa da Covid-19, aproveitei para treinar, fazia isso três vezes por dia, e acabei perdendo peso. Em 2021, quando a vida voltou ao ritmo normal e as competições reiniciaram, decidi participar só para ver como estava, e estava muito melhor que antes, ganhando competições, e isso me fez retornar de vez ao esporte”, contou. 

Hoje, o tempo de Ulisses é dividido entre momentos com a família, o trabalho, os treinos para as competições - antes mesmo de o sol nascer, e as aulas do curso de Medicina no Campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em Lagarto. 

“Vim de família humilde, e todos nós vencemos pelo estudo. Depois das conquistas que tive no esporte, decidi me dedicar à medicina para poder ajudar outras pessoas. Se puder dar um conselho, depois de tudo que vivi, seria: não desista nunca, porque vamos cair, decepcionar-nos, a vida vai bater forte, e nem tudo será perfeito. Acredite naquele 1% e não desista”, finalizou Ulisses Leal.