Para muitos brasileiros, a terceira idade pode significar o início de uma etapa destinada ao descanso após anos de trabalho. Para outros, é o primeiro passo de novas descobertas. Já para alguns, é a realização de sonhos muitas vezes adormecidos ao longo do tempo. Recomeçar é dar um novo sentido à vida, especialmente quando o assunto é educação. Este verbo faz parte do cotidiano do senhor Jorge Maravilha, morador da cidade de Estância, região sul de Sergipe. Aos 71 anos, ele é aluno da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) e é um exemplo de garra em aprender, engajamento e determinação.
“Sou estudante do Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos (Creja) Jorge Amado, em Estância, no segundo ano do ensino médio. Fiz o ensino fundamental na Escola Municipal Senador Júlio César Leite e, agora no Creja, estou tendo a minha missão de cursar o ensino médio e concluir os meus estudos”, diz o senhor Jorge, cheio de orgulho.
Nascido em 14 de junho de 1953 e dono de uma voz potente mesclada com uma oratória impecável, Seu Jorge Maravilha tem uma história voltada para a música e muita poesia. É radialista, cantor e compositor, com carreira abraçada para a cultura popular.
Muito querido e respeitado na Cidade Jardim, suas obras transformam a cultura dos festejos juninos em música, sempre priorizando o samba de coco e o barco de fogo (símbolo de Estância) em suas composições. Sua voz e sua música são bastante conhecidas nos carnavais sergipanos, nas emissoras de rádio da região sul e de todo o Sergipe e já embalou festas de muitas gerações de sergipanos.
“É sobre ter boa vontade com a cultura musical. Comecei a carreira no rádio. Como a vida é cheia de surpresas, gradativamente as coisas foram acontecendo e se transformando a um momento que cheguei a ser artista. Comecei em São Paulo, depois passei um tempo no Rio de Janeiro, bem-conceituado dentro das minhas atividades musicais. Cheguei em Estância com ‘um disco embaixo do braço’, me agarraram e me seguraram aqui. Hoje, sou ícone da música do meu lugar, Estância, o que me deixa muito honrado e feliz”, recorda o músico e estudante.
As circunstâncias da vida, a carreira artística e as andanças pelo Brasil na juventude interromperam por alguns anos a continuidade nos estudos. O tempo passou e Seu Jorge Maravilha despertou o desejo do recomeço. Atualmente, ele é um dos 21.193 estudantes sergipanos matriculados no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Rede Estadual de Ensino de Sergipe. A modalidade é ofertada, principalmente, no turno da noite, dentro das 147 escolas públicas estaduais que se destinam a esse segmento.
Em Sergipe, há três centros de referência de Educação de Jovens e Adultos (Creja): o Severino Uchoa, na capital, Aracaju; o Jorge Amado, em Estância, no sul do estado; e o Professor Marcos Ferreira, em Simão Dias, no centro-sul.
“Acho excelente a forma como o programa de Educação de Jovens e Adultos é desenvolvido em Sergipe e está acompanhando e atendendo, dentro dos conformes, os anseios dos estudantes. E me incluo também. É importantíssimo incentivar todas as pessoas que desejam recomeçar os estudos e abrir leques de oportunidades”, avalia.
Participativo, ele esteve na reinauguração do prédio do Creja Jorge Amado na última quarta-feira, dia 9, e conferiu todos os detalhes. “A estrutura está maravilhosa e o novo colégio está aparatado de toda estrutura que confortabiliza os estudantes, meus colegas e os professores”, avaliou.
Seu Jorge não é um estudante que passa despercebido. Ele é representante do Conselho Escolar, está engajado nas atividades artísticas, é assíduo e dá exemplo. “É o aluno mais velho do Creja. É exemplar e muito inteligente. Ele tem uma trajetória de vida cheia de entusiasmo, sempre muito disposto e participa dos eventos da escola. Tem uma força de vontade imensa de finalizar o ensino médio. Seu Jorge é uma joia rara aqui em nossa escola”, afirma a professora Genilda Ferreira, diretora do Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos (Creja) Jorge Amado.
No artigo 37 da Lei de Diretrizes e Bases que trata da EJA, consta que a “educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames”.
Para o secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, Seu Jorge é um exemplo de força e determinação para todos aqueles que sonham em voltar a estudar e realizar todos os sonhos.
"Sempre é tempo de concretizar o que se deseja. A modalidade de Educação de Jovens e Adultos é uma política pública eficaz que contribui muito para todos aqueles que, por alguma razão, deixaram de estudar e retomaram os estudos. A EJA é inclusão, é cidadania, é acolhimento e garantia do acesso à educação. A inserção dos idosos em contextos escolares representa o fortalecimento da igualdade e de reconhecimento do direito de todos à participação na vida. É um direito preservado e garantido em favor do desenvolvimento social. A educação é para todos", afirma.
A história de Seu Jorge Maravilha é um exemplo de que todo brasileiro tem os direitos garantidos à educação. Voltar a estudar na terceira idade promove sustentabilidade ao conhecimento, fortalece a autoestima e a valorização de todas as etapas da vida.
“Inclusive usam da minha perspicácia estudantil como referência a outras camadas sociais. O estudo enaltece e engrandece o ser humano. Não devemos deixar de aproveitar as oportunidades dadas pelo governo do estado para que possamos concluir essa etapa tão importante. No passado era muito difícil. Mas agora temos a possibilidade de recomeçar. São possibilidades que eu, na minha idade, resolvi aproveitar e continuar meus estudos, refazendo aquilo que não tive oportunidade quando criança”, pontua Seu Jorge.
Ele não perde a oportunidade de incentivar outras pessoas que têm o sonho de estudar, independentemente da idade. Seu Jorge Maravilha é a prova de que planos podem ser adiados, mas jamais serão esquecidos e sempre podem ser recuperados.
“O futuro está sempre construído no presente e nunca podemos parar de querer fazer alguma coisa. Basta que se tenha saúde e autodeterminação. Se você ainda está pensando se o estudo vale a pena, não pense muito, não perca tempo, caia de cara. Assuma o estudo como um vício promissor que você só vai se orgulhar de ser adepto da educação, assim como seus filhos, netos, sobrinhos, por terem uma pessoa que venceu com a educação com muito conhecimento. Não quero parar mais”, declarou.
Para muitos brasileiros, a terceira idade pode significar o início de uma etapa destinada ao descanso após anos de trabalho. Para outros, é o primeiro passo de novas descobertas. Já para alguns, é a realização de sonhos muitas vezes adormecidos ao longo do tempo. Recomeçar é dar um novo sentido à vida, especialmente quando o assunto é educação. Este verbo faz parte do cotidiano do senhor Jorge Maravilha, morador da cidade de Estância, região sul de Sergipe. Aos 71 anos, ele é aluno da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) e é um exemplo de garra em aprender, engajamento e determinação.
“Sou estudante do Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos (Creja) Jorge Amado, em Estância, no segundo ano do ensino médio. Fiz o ensino fundamental na Escola Municipal Senador Júlio César Leite e, agora no Creja, estou tendo a minha missão de cursar o ensino médio e concluir os meus estudos”, diz o senhor Jorge, cheio de orgulho.
Nascido em 14 de junho de 1953 e dono de uma voz potente mesclada com uma oratória impecável, Seu Jorge Maravilha tem uma história voltada para a música e muita poesia. É radialista, cantor e compositor, com carreira abraçada para a cultura popular.
Muito querido e respeitado na Cidade Jardim, suas obras transformam a cultura dos festejos juninos em música, sempre priorizando o samba de coco e o barco de fogo (símbolo de Estância) em suas composições. Sua voz e sua música são bastante conhecidas nos carnavais sergipanos, nas emissoras de rádio da região sul e de todo o Sergipe e já embalou festas de muitas gerações de sergipanos.
“É sobre ter boa vontade com a cultura musical. Comecei a carreira no rádio. Como a vida é cheia de surpresas, gradativamente as coisas foram acontecendo e se transformando a um momento que cheguei a ser artista. Comecei em São Paulo, depois passei um tempo no Rio de Janeiro, bem-conceituado dentro das minhas atividades musicais. Cheguei em Estância com ‘um disco embaixo do braço’, me agarraram e me seguraram aqui. Hoje, sou ícone da música do meu lugar, Estância, o que me deixa muito honrado e feliz”, recorda o músico e estudante.
As circunstâncias da vida, a carreira artística e as andanças pelo Brasil na juventude interromperam por alguns anos a continuidade nos estudos. O tempo passou e Seu Jorge Maravilha despertou o desejo do recomeço. Atualmente, ele é um dos 21.193 estudantes sergipanos matriculados no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Rede Estadual de Ensino de Sergipe. A modalidade é ofertada, principalmente, no turno da noite, dentro das 147 escolas públicas estaduais que se destinam a esse segmento.
Em Sergipe, há três centros de referência de Educação de Jovens e Adultos (Creja): o Severino Uchoa, na capital, Aracaju; o Jorge Amado, em Estância, no sul do estado; e o Professor Marcos Ferreira, em Simão Dias, no centro-sul.
“Acho excelente a forma como o programa de Educação de Jovens e Adultos é desenvolvido em Sergipe e está acompanhando e atendendo, dentro dos conformes, os anseios dos estudantes. E me incluo também. É importantíssimo incentivar todas as pessoas que desejam recomeçar os estudos e abrir leques de oportunidades”, avalia.
Participativo, ele esteve na reinauguração do prédio do Creja Jorge Amado na última quarta-feira, dia 9, e conferiu todos os detalhes. “A estrutura está maravilhosa e o novo colégio está aparatado de toda estrutura que confortabiliza os estudantes, meus colegas e os professores”, avaliou.
Seu Jorge não é um estudante que passa despercebido. Ele é representante do Conselho Escolar, está engajado nas atividades artísticas, é assíduo e dá exemplo. “É o aluno mais velho do Creja. É exemplar e muito inteligente. Ele tem uma trajetória de vida cheia de entusiasmo, sempre muito disposto e participa dos eventos da escola. Tem uma força de vontade imensa de finalizar o ensino médio. Seu Jorge é uma joia rara aqui em nossa escola”, afirma a professora Genilda Ferreira, diretora do Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos (Creja) Jorge Amado.
No artigo 37 da Lei de Diretrizes e Bases que trata da EJA, consta que a “educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames”.
Para o secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, Seu Jorge é um exemplo de força e determinação para todos aqueles que sonham em voltar a estudar e realizar todos os sonhos.
"Sempre é tempo de concretizar o que se deseja. A modalidade de Educação de Jovens e Adultos é uma política pública eficaz que contribui muito para todos aqueles que, por alguma razão, deixaram de estudar e retomaram os estudos. A EJA é inclusão, é cidadania, é acolhimento e garantia do acesso à educação. A inserção dos idosos em contextos escolares representa o fortalecimento da igualdade e de reconhecimento do direito de todos à participação na vida. É um direito preservado e garantido em favor do desenvolvimento social. A educação é para todos", afirma.
A história de Seu Jorge Maravilha é um exemplo de que todo brasileiro tem os direitos garantidos à educação. Voltar a estudar na terceira idade promove sustentabilidade ao conhecimento, fortalece a autoestima e a valorização de todas as etapas da vida.
“Inclusive usam da minha perspicácia estudantil como referência a outras camadas sociais. O estudo enaltece e engrandece o ser humano. Não devemos deixar de aproveitar as oportunidades dadas pelo governo do estado para que possamos concluir essa etapa tão importante. No passado era muito difícil. Mas agora temos a possibilidade de recomeçar. São possibilidades que eu, na minha idade, resolvi aproveitar e continuar meus estudos, refazendo aquilo que não tive oportunidade quando criança”, pontua Seu Jorge.
Ele não perde a oportunidade de incentivar outras pessoas que têm o sonho de estudar, independentemente da idade. Seu Jorge Maravilha é a prova de que planos podem ser adiados, mas jamais serão esquecidos e sempre podem ser recuperados.
“O futuro está sempre construído no presente e nunca podemos parar de querer fazer alguma coisa. Basta que se tenha saúde e autodeterminação. Se você ainda está pensando se o estudo vale a pena, não pense muito, não perca tempo, caia de cara. Assuma o estudo como um vício promissor que você só vai se orgulhar de ser adepto da educação, assim como seus filhos, netos, sobrinhos, por terem uma pessoa que venceu com a educação com muito conhecimento. Não quero parar mais”, declarou.