Para as escolas estaduais que compõem a Diretoria de Educação de Aracaju (DEA) lugar de mulher é também no comando das bandas escolares. Foi isso que o público presente na Avenida Barão de Maruim viu durante o desfile do último bloco de escolas, que ocorreu na tarde de 7 de Setembro, na capital. Das 13 escolas estaduais de Aracaju, três são comandadas por maestrinas ou instrutoras e deram um show de execução em suas apresentações.  

No comando da Banda de Percussão do Centro de Excelência Petrônio Portela há 20 anos, a maestrina, Silvia Valesca Pimentel, já perdeu a conta de quantos alunos receberam seus ensinamentos musicais. ʺA nossa escola é referência na formação de bons musicistas e eu fico muito feliz e orgulhosa de integrar esse projeto extracurricular da escola, principalmente porque sabemos as dificuldades de entrar e se manter neste meio, onde nos descriminam simplesmente por sermos mulheresʺ, enfatiza Silvia.

 Kelliane Louise da Conceição Santos é instrutora da Banda Marcial José Rollemberg Leite há 10 anos. A instrutora diz ser uma grande honra fazer parte deste projeto de educação cívica e musical. ʺA gente faz um trabalho muito bonito com as crianças. Nestes dez anos, nós conseguimos tirar muitas crianças da rua. Eles estavam na rua aprendendo coisas que não devem. Com o acolhimento da banda conseguimos dar um novo sentido para a vida dessas crianças que agora frequentam a escola e podem sonhar com um futuro melhor para suas vidasʺ, diz emocionada.

A maestrina, Ellen Sueg, está à frente da banda marcial do Centro de Excelência Governador Augusto Franco há cinco anos e tem orgulho de dizer que todos os alunos que integram a banda aprenderam a tocar seus instrumentos com ela. ʺEu adoro ensinar os jovens a tocar algum tipo de instrumento e aprender a gostar de música. Mas se tem uma coisa que eu gosto mais é ver mulheres conquistando espaços que antes eram predominantemente masculinos. Isso para mim é uma grande vitóriaʺ, comemora Ellen.