Estudantes de três escolas estaduais sergipanas elevam o nome de Sergipe ao participarem do evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Belém, no Pará. A 76ª edição da reunião anual da entidade, que acontece entre 7 e 13 de julho, conta com a participação de três projetos científicos sergipanos que foram premiados na Feira Científica de Sergipe (Cienart).

O evento não é uma competição, mas sim uma vitrine de produções da educação básica de todo o Brasil, no qual Sergipe se destaca com três projetos inovadores: Dignidade Menstrual Sustentável (Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho – Umbaúba); Potencial Aplicação de Esponjas Verdes Absorventes na Indústria Têxtil (Centro de Excelência Prof. Hamilton Alves Rocha – São Cristóvão); e Biotecpalm (Centro de Excelência 28 de Janeiro – Monte Alegre de Sergipe).

Os projetos apresentados no evento da SBPC evidenciam o compromisso das escolas sergipanas com a inovação e a sustentabilidade e demonstram como a educação científica pode contribuir para a solução de problemas locais e globais, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

A professora Darcylaine Martins, do Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho, destaca a importância da participação em eventos científicos. “Ao verem seus colegas apresentando e sendo reconhecidos por seus trabalhos, os alunos são motivados a explorar novas ideias e a se envolverem ativamente em atividades científicas. Isso não só enriquece o aprendizado, como também contribui para a formação de cidadãos críticos e inovadores, preparados para enfrentar os desafios futuros com criatividade e conhecimento”, ressaltou.

Os alunos do Centro de Excelência Hamilton Alves Rocha, do Centro de Excelência 28 de Janeiro e do Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho destacam-se com projetos inovadores e sustentáveis, refletindo o comprometimento das escolas com a excelência acadêmica e a inovação científica.

Para a professora Helayne Andrade, do Centro de Excelência 28 de Janeiro, participar da SPBC é uma experiência única. “Esse evento oportuniza a Sergipe apresentar para o Brasil a qualidade de ensino desenvolvido na rede pública. Dentro do espaço escolar, os professores e estudantes desenvolvem pesquisas científicas de qualidade e contribuem para o desenvolvimento científico, criativo e crítico”, disse.

Projetos apresentados

O Centro de Excelência Hamilton Alves Rocha, de São Cristóvão, apresentou a aplicação de esponjas verdes adsorventes na indústria têxtil. O projeto aborda a questão dos corantes presentes nos efluentes industriais do setor têxtil, os quais contaminam rios e lagos. Utilizando a vagem da moringa como adsorvente biodegradável, os alunos desenvolveram esponjas verdes que conseguem remover 99% do corante azul de metileno, proporcionando uma solução ambientalmente sustentável. Os alunos foram orientados pela professora Patricia Fernanda Andrade.

O Centro de Excelência 28 de Janeiro, de Monte Alegre, apresentou o projeto Biotecpalm, que visa à produção de couro biodegradável a partir da palma forrageira, uma planta comum na região semiárida do Nordeste brasileiro. Utilizando corantes naturais e essências, os alunos desenvolveram um biocouro sustentável, de baixo custo e fácil acesso para a população local. O projeto atende a demandas regionais e globais, promovendo sustentabilidade ambiental, social e econômica, e demonstra relevância em termos de empreendedorismo e geração de trabalho e renda, contribuindo para quatro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os alunos foram orientados pela professora Helania Andrade de Santana.

O Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho, localizado em Umbaúba, apresentou o projeto Dignidade Menstrual Sustentável. Este projeto foca na produção sustentável de absorventes femininos utilizando a fibra da cana-de-açúcar e a goma do polvilho de mandioca, materiais disponíveis na agricultura local. O objetivo é proporcionar produtos menstruais seguros, confortáveis e ecológicos, promovendo a educação menstrual e a sustentabilidade ambiental. A menstruação, embora seja um fenômeno natural, ainda é estigmatizada e pouco discutida, e o projeto visa a quebrar esses tabus enquanto oferece uma solução prática e sustentável para a comunidade escolar. Os alunos foram orientados pelas professoras Darcylaine Vieira Martins e Rosana Santos Cardoso.  

O secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, destaca que a participação dos alunos sergipanos no evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência é um testemunho do talento e da dedicação dos estudantes e educadores da rede estadual. “Apoiamos toda participação em projetos de ciências. Esses jovens estão demonstrando o potencial transformador da educação científica e reforçando o papel de Sergipe como um polo de inovação e excelência acadêmica”, destaca.

Reunião anual

Na 76ª reunião da SPBC, serão realizadas diversas atividades como conferências, mesas-redondas, mostras interativas e outras programações que serão destinadas a estudantes e professores do ensino básico, técnico ou superior e pesquisadores. O evento é aberto ao público e, com exceção da participação em minicursos presenciais ou virtuais, todas as atividades são abertas para qualquer pessoa que quiser assistir a elas e frequentar as exposições ou outras atividades do evento.

As reuniões anuais da SBPC são realizadas ininterruptamente desde 1949, com a participação de representantes de sociedades científicas, autoridades e gestores do sistema nacional de ciência e tecnologia. O evento tem como objetivos difundir os avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento para toda a população e debater políticas públicas nas áreas de ciência, tecnologia, inovação e educação.