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Quarta-Feira, 17 de Julho de 2024 às 14:30:00
Alunas de Umbaúba produzem absorventes sustentáveis e de baixo custo
Projeto de estudantes da rede estadual utiliza matéria-prima à base do bagaço da cana-de-açúcar, tecido de bambu e goma de tapioca

Alunas do Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho, localizado em Umbaúba, um dos representantes de Sergipe na 76ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizado em Belém (PA), já estão de volta a Aracaju, com as malas cheias de aprendizado e novas experiências. Elas desenvolveram um projeto com o objetivo de produzir absorventes sustentáveis com a matéria-prima disponível na agricultura do sul sergipano.

A matéria-prima utilizada nos absorventes são o bagaço da cana-de açúcar, por apresentar um bom potencial de absorção. O material usado no revestimento é o tecido de bambu, que é 100% vegetal e, juntamente com a goma de tapioca, serviu como matéria impermeável. Foram realizados alguns testes, e o processo de montagem foi simples: a primeira camada do absorvente é feita com o tecido de bambu; a segunda camada é feita com as fibras de cana-de-açúcar; a terceira é feita com o tecido e a goma de tapioca, os quais, juntos, formam um material impermeável; e a última camada é um saquinho feito com o tecido de bambu. 

O projeto teve início em 2023, a partir de uma redação com a temática da pobreza menstrual. Ao analisar os problemas encontrados na pesquisa, foi notado que esse poderia ser enfrentado no colégio. As alunas elaboraram um formulário e distribuíram para algumas salas da escola. A partir disso elas obtiveram um resultado com um número muito alto de pessoas que menstruam que usavam o mesmo absorvente por mais de 12 horas. Um grupo de iniciação científica, composto por oito meninas, decidiu buscar uma forma de solucionar essa problemática.

Incentivo à pesquisa

A professora de Química e orientadora do projeto científico, Darcylaine Vieira Martins, enfatizou a importância de incentivar a investigação científica desde cedo, o que promove o pensamento crítico e a capacidade de solucionar problemas de forma inovadora. “Continuar investindo em projetos de iniciação científica é fundamental para o avanço da nossa educação e para a formação de cidadãos mais conscientes e preparados para os desafios do futuro”, disse a professora.

O próximo passo do projeto é buscar a aprovação de um comitê de ética, já que a pesquisa é para uso humano. A equipe deve preparar uma proposta detalhada, garantindo que todos os testes dos absorventes sejam conduzidos de acordo com os padrões éticos e científicos estabelecidos. Após a aprovação, serão realizados os testes científicos, e esses testes clínicos avaliarão a eficácia, segurança e o conforto desses absorventes. Após os testes, será iniciada a produção em larga escala, e em seguida a distribuição gratuita dos absorventes, que começará na escola.

A aluna da turma de iniciação científica Rayane de Souza Silva destacou que participar do projeto mostrou que a ciência pode levar a ter conhecimentos para além de cálculos e pesquisas. “O importante da pesquisa é o grande conhecimento que ela nos passa e que, por meio disso, a gente consegue até aprender e entender a ciência de uma forma mais simples”, destacou.  

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Alunas de Umbaúba produzem absorventes sustentáveis e de baixo custo
Projeto de estudantes da rede estadual utiliza matéria-prima à base do bagaço da cana-de-açúcar, tecido de bambu e goma de tapioca
Quarta-Feira, 17 de Julho de 2024 às 14:30:00

Alunas do Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho, localizado em Umbaúba, um dos representantes de Sergipe na 76ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizado em Belém (PA), já estão de volta a Aracaju, com as malas cheias de aprendizado e novas experiências. Elas desenvolveram um projeto com o objetivo de produzir absorventes sustentáveis com a matéria-prima disponível na agricultura do sul sergipano.

A matéria-prima utilizada nos absorventes são o bagaço da cana-de açúcar, por apresentar um bom potencial de absorção. O material usado no revestimento é o tecido de bambu, que é 100% vegetal e, juntamente com a goma de tapioca, serviu como matéria impermeável. Foram realizados alguns testes, e o processo de montagem foi simples: a primeira camada do absorvente é feita com o tecido de bambu; a segunda camada é feita com as fibras de cana-de-açúcar; a terceira é feita com o tecido e a goma de tapioca, os quais, juntos, formam um material impermeável; e a última camada é um saquinho feito com o tecido de bambu. 

O projeto teve início em 2023, a partir de uma redação com a temática da pobreza menstrual. Ao analisar os problemas encontrados na pesquisa, foi notado que esse poderia ser enfrentado no colégio. As alunas elaboraram um formulário e distribuíram para algumas salas da escola. A partir disso elas obtiveram um resultado com um número muito alto de pessoas que menstruam que usavam o mesmo absorvente por mais de 12 horas. Um grupo de iniciação científica, composto por oito meninas, decidiu buscar uma forma de solucionar essa problemática.

Incentivo à pesquisa

A professora de Química e orientadora do projeto científico, Darcylaine Vieira Martins, enfatizou a importância de incentivar a investigação científica desde cedo, o que promove o pensamento crítico e a capacidade de solucionar problemas de forma inovadora. “Continuar investindo em projetos de iniciação científica é fundamental para o avanço da nossa educação e para a formação de cidadãos mais conscientes e preparados para os desafios do futuro”, disse a professora.

O próximo passo do projeto é buscar a aprovação de um comitê de ética, já que a pesquisa é para uso humano. A equipe deve preparar uma proposta detalhada, garantindo que todos os testes dos absorventes sejam conduzidos de acordo com os padrões éticos e científicos estabelecidos. Após a aprovação, serão realizados os testes científicos, e esses testes clínicos avaliarão a eficácia, segurança e o conforto desses absorventes. Após os testes, será iniciada a produção em larga escala, e em seguida a distribuição gratuita dos absorventes, que começará na escola.

A aluna da turma de iniciação científica Rayane de Souza Silva destacou que participar do projeto mostrou que a ciência pode levar a ter conhecimentos para além de cálculos e pesquisas. “O importante da pesquisa é o grande conhecimento que ela nos passa e que, por meio disso, a gente consegue até aprender e entender a ciência de uma forma mais simples”, destacou.