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Segunda-Feira, 12 de Agosto de 2024 às 08:00:00
Sergipe celebra a diversidade e o acolhimento na 23ª Parada LGBT+
‘Família é quem respeita você’ foi o tema escolhido para a edição deste ano

Na noite do último domingo, 11, a Orla da Atalaia, em Aracaju, um dos maiores cartões-postais do estado, encheu-se de cores do arco-íris e da diversidade, em celebração à 23ª edição da Parada LGBT+ de Sergipe. O evento, realizado pela Associação de Travestis e Transgêneros de Aracaju (Astra), contou com o apoio do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e da Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania de Sergipe (Seasic), além de entidades parceiras à causa. A parada reuniu mais de 40 atrações artísticas e culturais, incluindo grupos de dança, DJs, cantores e performances de drag queens.
 

A 23ª Parada LGBT+ de Sergipe é acompanhada por uma série de eventos chamados Circuito do Orgulho. Além das distribuições de panfletos, conhecidas como pit-stops, que ocorrem em vários bairros de Aracaju, a programação inclui discussões sobre saúde, oportunidades de emprego e combate ao estigma e ao preconceito, abordando temas essenciais para a comunidade LGBT+. O Circuito do Orgulho também apresenta eventos culturais, exposições, sessões de cinema e debates, criando um espaço para reflexão, conscientização e celebração da diversidade.

Representando o governador do Estado, Fábio Mitidieri, o diretor de Cultura da Funcap, Eugênio Enéas, expressou sua satisfação em participar do evento: "Sinto-me muito feliz de estar participando desse evento, onde se celebra o amor, a união e o respeito, que é a essência da família. E a família não é apenas aquela em que você nasceu, mas também aquela que lhe acolhe. Afinal, nos momentos mais difíceis é a família que está ao seu lado, seja ela de sangue ou de coração, que vai estar com você”, destacou Eugênio.


A primeira edição da Parada LGBT de Aracaju aconteceu em 2002. Tathiane Araújo, Coordenadora da parada e fundadora da Astra, destacou os avanços alcançados desde então: "Há 22 anos, o pessoal nem seguia o trio porque tinha medo de repressão, e hoje a gente vê essa Orla da Atalaia lotada não só de LGBTs, todos em um dia alegre, mas para lutar por seus direitos, pela possibilidade de existência dos nossos. É muito lindo! Vamos cada vez mais promover o apoio aos direitos humanos e às políticas públicas voltadas para a comunidade LGBT, para que a gente tenha uma sociedade cada vez mais inclusiva para o nosso povo", afirmou.

Este ano, a tradicional celebração veio com a premissa ‘Família é quem respeita você’. Adriana Lohanna, ativista, mestra em Educação e voluntária da Astra, destacou a importância desse tema: "Nessa parada, estamos ressaltando a necessidade de reconhecer que diversas formas de famílias existem e que as pessoas LGBTs também têm família. É importante enfatizar que o conceito de família vai além da estrutura patriarcal e monoparental, e que as famílias podem ser diversas e coerentes. A família LGBT existe, as pessoas LGBTs vêm de famílias patriarcais e heterossexuais, mas o que importa é colocar que nós temos famílias e que nossas organizações, como família, também devem ser respeitadas", disse.

Rosana Cintra, mãe de um homem trans, compartilhou sua experiência e destacou a importância do tema para este ano: "Eu acho muito importante mostrar que todo LGBTQIA+ tem família, e a família precisa ser o porto seguro. Desde 2017, eu venho à parada. O meu filho caçula, de 13 anos, já conhece. Quando a gente educa a criança, ensinando-a a respeitar o diferente, o mundo começa a se tornar melhor, porque o preconceito vem de berço. Então, a família precisa mostrar que respeitar as diferenças é importante".