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Sábado, 16 de Março de 2024 às 08:30:00
Projetos do Viva-SE vão potencializar o turismo e a cultura sergipana
Programa compreende um conjunto de 15 projetos voltados para a cultura e o turismo no estado, com o objetivo de promover o desenvolvimento de diferentes regiões de Sergipe

Em uma iniciativa voltada para o fortalecimento do potencial cultural e turístico de Sergipe, o Governo do Estado tem desenvolvido o Programa Integrado de Desenvolvimento Cultural e Turístico de Sergipe (Viva-SE). A iniciativa visa despertar o sentimento de sergipanidade por meio da implantação de espaços culturais que manifestem o legado histórico estadual. Desta maneira, o Viva-SE compreende um conjunto de 15 projetos voltados para a cultura e o turismo, com o objetivo de promover o desenvolvimento de diferentes regiões de Sergipe. 

O programa vem sendo elaborado com o suporte do Instituto Banese, envolvendo a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e a Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap). O conjunto de projetos será viabilizado por meio de operação de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de até R$ 300 milhões, aprovada na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) no ano passado. 

A elaboração dos projetos está sob a responsabilidade do Instituto Banese. De acordo com o superintendente do instituto, Ézio Déda, os espaços não apenas resgatam a riqueza histórica e cultural de Sergipe, mas também promovem o turismo interno, valorizando o pertencimento e a autoestima da população. 

“Nós já tínhamos alguns projetos na carteira do instituto e outros foram acontecendo no desenrolar de 2023. Portanto, o Viva-SE foi concebido para gerar desenvolvimento para Sergipe, por meio da cultura e do turismo. Nós entendemos que era o momento de potencializar esses ativos culturais que Sergipe tem e que isso precisava de alguma forma fomentar a cadeia produtiva do turismo, por intermédio dessa cultura forte”, apontou.

Sendo assim, destacou Ézio Déda, todos os projetos permeiam as ações voltadas para a cultura e o turismo como vetores de transformação social. O Viva-SE está setorizado em todas as regiões do estado. “Todos esses projetos mostram o Sergipe vivo, rico em cultura, diverso, plural, sempre com um olhar para frente, contemplando, valorizando essas questões que contam a nossa história”, acrescentou.  

Entre os projetos, destaca-se o Memorial dos Náufragos de Sergipe, na Orla Sul (ao lado do Cemitério dos Náufragos); a Pinacoteca de Sergipe, no antigo prédio da Procuradoria-Geral do Estado; o Memorial do Cangaço, na Orla da Atalaia; o Museu do Forró, na zona sul de Aracaju; o Parque dos Cajueiros; o Museu do Vaqueiro, em Porto da Folha; a Casa do Artesão Sergipano, em Boquim; a reestruturação e modernização da Biblioteca Epiphânio Dória, em Aracaju; o Caminho do Crepúsculo de Santa Dulce dos Pobres, em São Cristóvão; o Centro de Memória Digital de Boquim; o Mirante Santo Antônio, na Colina do Santo Antônio, em Aracaju; a reestruturação e atualização dos museus históricos de São Cristóvão e Laranjeiras; o Memorial Arthur Bispo do Rosário, em Japaratuba; Ver de Tototó, em Aracaju; Vila Serigy, em Aracaju; Verendas do Sertão, em Canindé; além de projeto de mobilidade urbana e infraestrutura, em diversos municípios.

Novos espaços

A ideia é que sejam criados novos espaços de fomento à cultura e à economia criativa em diferentes lugares de Sergipe, aproveitando a singularidade e especificidades dos locais. “O Museu do Forró é um equipamento importante que vai ser sediado aqui na capital. Para o Memorial dos Náufragos já existe o projeto básico de arquitetura pronto para funcionar lá na Orla Sul, culminando com o episódio que gerou a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, por causa do torpedeamento dos navios”, disse Ézio. 

Já a Casa do Artesão, por exemplo, permeia todas as territorialidades, seguindo um exemplo bem-sucedido do projeto realizado em Simão Dias, no qual se pretende ampliar para todos os territórios e uma sede na capital. A Casa do Artesão vai agregar as potencialidades do local, gerando um fomento de economia criativa de cada território, com curadoria, trabalho específico de tratamento, de auxílio, capacitação para os artesãos sergipanos, movimentando a economia criativa do artesanato. 

 Valorização dos espaços já existentes  

Por meio do projeto do Museu Arthur Bispo do Rosário, em Japaratuba, será aproveitado o espaço já existente e que já foi restaurado pela prefeitura municipal. A ideia é que o Estado entre com o conteúdo e a parte de expografia. Enquanto que a Vila Serigy, em Aracaju, será um espaço de requalificação de um trecho do centro histórico da cidade, no intuito de valorizar esse espaço da cidade, como outras capitais têm feito. 

O projeto Ver de Tototó representa o retorno das tototós para o fluxo turístico, por meio da navegação pelo rio Sergipe. “Para isso, alguns atracadores terão que ser adaptados para terem acessibilidade e para que possam receber as pessoas por intermédio de decks flutuantes”, informou.

Turismo religioso e cultural 

Ézio Déda ressaltou, ainda, a importância do turismo religioso, como no projeto do Caminho do Crepúsculo de Santa Dulce, uma instalação artística urbana que marca os passos da freira na chegada a Sergipe. O Museu do Cangaço, o Memorial do Vaqueiro e outros projetos também são mencionados como formas de explorar diferentes aspectos da cultura sergipana.

“O Caminho do Crepúsculo de Santa Dulce, que é um complemento ao projeto que o Governo do Estado já está fazendo, um caminho de 10 quilômetros que une a igreja de Irmã Dulce de Santa Dulce, na Aruana, em Aracaju, até o Convento do Carmo, em São Cristóvão. O que a gente fez foi fazer um complemento, unindo a Estação Ferroviária de São Cristóvão até o Convento do Carmo, que é o percurso feito pela própria Irmã Dulce, quando chegou aqui em Sergipe, para ficar interna no Convento do Carmo.

Segundo o diretor, o projeto Caminho do Crepúsculo de Santa Dulce compreende uma instalação artística urbana, focada em iluminação e elementos sensoriais, marcando os passos que a Santa percorreu. “Desta maneira, a gente está aproveitando a relação tempo-espaço, exatamente no horário que ela chegou, que foi no final da tarde, e o percurso que ela fez. Isso está sendo trabalhado com a cenografia urbana para que a gente possa trazer emoção e fomento a esse fluxo turístico religioso, que é tão marcante no mundo inteiro. O Brasil é o país mais católico e Santa Dulce é a primeira santa brasileira, e tem uma história marcada aqui em Sergipe”, destacou. 

Multidisciplinaridade dos projetos

O Viva-SE engloba projetos de complexidade multidisciplinar e traz a necessidade de alinhamento entre as várias secretarias, com estágios e andamentos diferenciados, a exemplo do Museu dos Náufragos, a Casa do Artesão e a Pinacoteca do Estado, que estão em estágios mais avançados. “Esses primeiros dois anos estão focados na elaboração dos projetos, tanto arquitetônico quanto os complementares de compatibilização e processos licitatórios. Alguns serão mais rápidos - como, por exemplo, a Casa do Artesão -, que serão instalados em contêineres climatizados, então isso dá um processo de celeridade muito maior, porque a gente não fica refém da estrutura física de uma obra civil convencional. Então os projetos estão andando em paralelo”, informou Ézio.  

Transformação social e econômica 

Os projetos do Viva-SE caracterizam-se como vetores de transformação social, econômica e cultural. Prometem não apenas resgatar e preservar o patrimônio sergipano, mas, também, impulsionar o desenvolvimento sustentável por meio da cultura e do turismo. “É um momento histórico de olhar para Sergipe, de forma inovadora. São manifestações importantes da história local que reverberam internacionalmente, e a gente nunca deu a devida importância. Acho que são vetores de transformação social econômica e cultural”, pontuou.