Não é novidade que a Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) tem adotado uma postura de criatividade e inovação e um repertório mais diversificado e plural em seus concertos. Em continuidade a esse movimento, foi realizada na noite desta quarta-feira, 8, no Teatro Tobias Barreto, em Aracaju, mais uma edição do concerto CineOrquestra, no qual a Orsse apresenta uma coletânea de trilhas sonoras de filmes que marcaram a história do cinema e a vida de muitas pessoas. O espetáculo volta a ser realizado nesta quinta-feira, 9, às 20 horas, também no Tobias Barreto.

De acordo com o diretor artístico e regente da orquestra, Guilherme Mannis, o CineOrquestra tem se revelado um dos destaques da programação do grupo. “Dos repertórios pops, ele é o que mais desafia a nossa orquestra, tamanha a complexidade e beleza das trilhas sonoras. São peças extremamente bem escritas, que emocionam a todos; por isso, essas apresentações são sempre um sucesso. É impossível assistir a grandes filmes e não associá-los imediatamente a criações musicais brilhantes. O que seria de Star Wars sem as magníficas trilhas do John Williams? Elas dão vida aos filmes”, considera o maestro.

Como novidade, desta vez o repertório irá incluir as trilhas sonoras de filmes que foram sucesso no ano passado e outros clássicos do cinema mundial e nacional. “Teremos peças de filmes como O Auto da Compadecida, Up, Toy Story, A lista de Schindler, Barbie, Rocky. São inúmeros universos cinematográficos, cada um com as suas características”, detalha Mannis.

Outros concertos realizados pela orquestra ao longo dos últimos anos também demonstram bem essa escolha por uma postura de inovação: no Muziksation, a orquestra apresenta trilhas sonoras de jogos eletrônicos, desde os mais atuais, a exemplo de Final Fantasy, Castlevania, League of Legends, The Last of Us e Cuphead, até os clássicos, como Mario Kart, Sonic e Street Fighter; no Muzikflix, a Orsse apresenta ao público a temática de séries; e no Anime in Concert, o repertório é composto por músicas temas de animes como Os Cavaleiros do Zodíaco, Digimon, Pokemon, Samurai X, A Viagem de Chihiro, entre outros.

“A diretriz de programação da Orsse é a ‘cabeça aberta’. Nossa orquestra apresenta uma variedade incrível de repertórios, e isso liga-a à contemporaneidade, seja ela referente à arte de vanguarda ou à arte pop. Há os grandes clássicos, que sempre apresentamos - apresentaremos as ‘Quatro Estações’, de Vivaldi, em breve -, mas há criações belíssimas tanto no meio pop quanto na música regional que merecem destaque. O público é crescente, e maravilha-se com as variadas propostas. Para além de um mero ‘museu da música’, queremos fazer parte do dia-a-dia de nosso público”, concluiu o diretor artístico da Orsse.

Aprovação

A aprovação do público e os longos aplausos da plateia são provas do bom desempenho do trabalho desenvolvido pela Orsse. O advogado Marcos Oliveira, de 52 anos, contou que gostou tanto do concerto Muzikstation, realizado em homenagem ao Dia das Crianças no último 12 de outubro, que quando ficou sabendo do CineOrquestra desta quarta, fez questão de levar toda a família. “Foi muito bom! Por isso a gente retornou”, elogiou, acrescentando que o que mais lhe chamou a atenção foi a trilha sonora de Star Wars.

Quem também estava ansioso para ouvir a “Marcha Imperial” de Star Wars ao vivo foi o desenvolvedor de software Daniel Nathan, 26, que revelou ser fã da franquia. “Esta é a primeira vez que venho assistir, e estou bastante empolgado, porque parece ser uma experiência bem incrível e encantadora. Sou muito fã de Star Wars, e acho que a experiência sonora vai ser outra, uma experiência bem gratificante e positiva”, considerou.

Outra que foi conferir o trabalho da Orsse de perto foi a estudante Júlia Monteiro, 26. Frequentadora assídua desses eventos, ela acredita que os repertórios mais populares incentivam o contato da população com a música clássica. “Eu acho bem gostoso, porque às vezes a gente associa muito a música instrumental a algo que está muito distante de nós, e essas músicas aproximam mais as pessoas dessa cultura, além de transportar a gente para as cenas de filmes e coisas que a gente gosta”, ressaltou.

Assim como ela, a estudante Florinete Silva, 45, também tem o costume de assistir aos espetáculos da Orquestra Sinfônica, independentemente do repertório. Contudo, para ela, a diversificação das músicas ajuda a atrair mais público para os concertos. “Eu acho muito interessante você colocar a música popular. É um começo para as pessoas entenderem um pouco mais sobre música”, pontuou.

Os estudantes Guilherme Lima, 15, e Amanda Grazyelle, 16, foram prestigiar uma amiga que é integrante da Orsse e não esconderam a animação. “É a primeira vez que eu venho assistir. Gosto de cinema, tenho curiosidade, e amo as trilhas sonoras também. O que me chamou mais a atenção foi a trilha sonora de Rocky, que sempre foi um filme que eu gostei bastante, e de Star Wars, que, mesmo eu não acompanhando muito a franquia, sempre achei a trilha sonora muito legal”, disse Guilherme.

Além de ser uma oportunidade para assistir à apresentação da amiga, o concerto se tornou ainda mais especial para Amanda, por despertar boas lembranças com seu pai. “A maioria dos filmes que eu vi foi por causa do meu pai, então vim por esse sentimento de nostalgia, principalmente pelas trilhas sonoras de Tubarão e de Star Wars”, destacou a jovem.

A Orquestra Sinfônica de Sergipe é uma realização do Governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap).