Como já dizia o mestre Dominguinhos: “Quem tá fora quer entrar, mas quem tá dentro não sai”. É dessa forma que os componentes das juninas de Sergipe lidam com o período de apresentações e competições que acontece no mês de junho. Quando se trata das 'Segundonas do Turista', na Rua São João, não é diferente, já que a festividade tem valorizado os grupos culturais do estado, promovendo uma apresentação a cada segunda-feira e provando que os componentes dos mais variados grupos se apoiam.
É após um ano inteiro de preparação entre escolha do tema, músicas e ritmos, passos marcantes e característicos, além dos exuberantes trajes e adereços, que o resultado é apresentado durante um mês inteirinho de junho. Mas além do que acontece dentro da área de apresentação, o famoso forródromo, outra situação que chama a atenção é o apoio das torcidas e componentes de outras juninas. “Essa é nossa casa, a gente se sente acolhido, todas as vezes que nos apresentamos aqui é uma festa e é importante que nossa comunidade do bairro Industrial e Santo Antônio nos veja para que a gente se sinta apoiado pelos nossos amigos”, afirmou o Rei do Milho do País do Forró, Júnior Vieira, que mais uma vez desfilou beleza e encantou a plateia ao lado de sua Rainha do Milho no País do Forró, Thamyres Barros.
Outra rainha da Século XX é a Andreza Santos. Ela comemorou a oportunidade que o Governo de Sergipe tem dado à todas as juninas do estado. “É sempre gratificante e emocionante dançar nesse forródromo. A nossa dança e a nossa cultura estavam precisando muito desse fomento. A gente sentia muita falta e já percebemos a mudança para os outros anos. Agora eu quero que continue, porque só assim podemos dar o nosso melhor e mostrar tudo o que foi planejado durante o período de um ano”, informou a dançarina, com o sorriso destacado no rosto por dançar na segunda quadrilha mais antiga do país.
Torcida
Com deficiência visual, o empresário Gilberto Evangelista esteve na Rua São João para sentir de perto o calor humano e as vibrações que só a centenária Rua pôde lhe proporcionar. “Para mim, que sou deficiente visual, sentir a vibração do forró e perceber a tradição local é gratificante. Este é o resgate da cultura do forró emanando no nosso sangue. Fico emocionado ao ver o povo da terra cantando, dançando e brincando, mostrando que realmente Sergipe é o país do forró! Isso me traz a memória do passado e é importante, porque aquece o mercado e gera renda à população da região”, pontuou.
Componentes de outras quadrilhas também se fizeram presentes no espaço para apoiar os amigos dançarinos. “A Século XX é uma quadrilha tradicional. Então, como quadrilheira, é gratificante assistí-los, principalmente na Rua São João, local que carrega um tradicionalismo imponente, algo que não pode faltar no mês de junho. É aqui que o quadrilheiro se realiza dançando”, ressaltou a dançarina da Unidos em Asa Branca, Thaysa Caroso.
“A rua de São João foi onde tudo começou. Dancei aqui quando tudo era tablado. Brincar aqui é emocionante, não adianta disputar em outros locais e não se apresentar aqui, porque foi onde as quadrilhas juninas se apresentaram pela primeira vez”, relembrou Gileide de São Pedro, filha do fundador da Século XX.
Outras atrações
A segunda-feira também foi marcada pelas apresentações dos grupos Dialeto Nordestino e Robson do Rojão. Com músicas características do São João, como 'La belle de jour', 'Cheiro da terra', 'Querubim', 'Xote da Alegria', o que não faltou foi muita dança e alegria no forródromo.