O forró tradicional é a marca da programação musical da Vila do Forró, na Orla da Atalaia, que segue até o dia 31 de julho. São apresentações de trios pé de serra, quadrilhas junina, grupos folclóricos, parafolclóricos e bandas locais. Na sexta-feira, 12, o Nanã Trio, grupo vocal sergipano, deu boas vindas ao público que prestigiou a apresentação no Coreto da Eneva. O grupo tem a sua composição vocal formada por Glória Costa, Lygia Carvalho e Rebecca Melo desde 2016, ano de sua criação.
Artistas como Anastácia, Marinês e Joésia Ramos foram referências femininas na musica que Rebecca buscou ao longo da carreira. “O Nanã Trio tem na base nós três como cantoras, mas a gente tem músicos parceiros que são homens. O fato de sermos três mulheres imprime uma força maior, uma força diferente ao projeto e a gente vem sempre tendo essa centralidade da referência de mulheres inspiradoras, tanto compositoras como também intérpretes. Para mim, tudo que envolve não só o cantar, mas também o dançar e as manifestações culturais envolvem a música”, afirma.
Para Glória Costa, a música é um instrumento que tem para viver melhor, expressar emoções e estar perto do público. “Recentemente, tivemos uma participação no show de Rebecca, já fizemos outras apresentações este ano, mas estar aqui no Coreto é motivo de felicidade. O forró bate mais forte no coração da gente, é uma música que fala das nossas raízes e das nossas tradições”, declara.
Lygia Carvalho define a música como uma força que lhe faz bem. “Amo cantar, traz energia, é lindo ver tanta gente aqui prestigiando a música sergipana. Eu acho fundamental que nós artistas tenhamos essa oportunidade de estar aqui num local público de grande visibilidade”, ressalta.
Composição feminina
Lygia Carvalho é cantora, compositora, arquiteta e cenógrafa. Esteve ligada à música e às artes desde criança, mas foi em 2016 que iniciou carreira profissional na música junto ao Nanã Trio. Fez parte da Companhia de Artes Marionéticos, com o qual gravou EP em projeto financiado pela Lei Aldir Blanc, e realiza outros dois projetos musicais: 'Um sertão pra dois', com Glória Costa e Rafael Ramos; e 'Canções para amores antigos', projeto autoral junto ao compositor e musicista pernambucano Valfrido Santiago.
Atuando na cena cultural sergipana há 16 anos, Rebecca Melo é cantora, compositora, bailarina, quadrilheira e jornalista. Sua trajetória artística é, hoje, centrada na defesa do forró tradicional, da representatividade feminina na música e do universo das quadrilhas juninas. Lançou três singles e seu primeiro álbum solo autoral, 'Caminho de Volta', em 2021 e 2022; e se prepara para gravar seu novo EP 'Junina'. Foi finalista do 1° Festival Itabaianense da Canção; 4 vezes vencedora do Troféu Sanfona de Ouro, sendo 2 com o Nanã Trio e 2 como artista solo; além do Prêmio Educart 2010, quando foi Secretária Municipal de Cultura de Moita Bonita; e do Prêmio Cultura 2019, categoria voz feminina na música.
Glória Costa é escritora, cantora, compositora. Lançou seu primeiro livro 'o Amor el autentico estado de anarquía', escrito em co-autoria com Thays Ricarte, no ano de 2020, através do incentivo da Lei Aldir Blanc. Tem composições gravadas em parceria com Bob Lelis, João Ventura, Lucas Campelo, Lygia Carvalho e João Alberto Silveira. Integra o grupo Rural do Forró desde 2017, atuando em defesa e na preservação do forró tradicional. Também compõe o Nanã Trio, projeto com o qual realizou shows de grande repercussão no Teatro Atheneu e no Festival de Artes de São Cristóvão. Em 2022, lançou seu primeiro EP, intitulado 'Elemental', apoiado pela Funcap e pela LAB, com a direção musical de Saulo Ferreira.