Neste mês das crianças, o Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE), por meio da Escola de Contas Conselheiro José Amado Nascimento e da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC), promoveu os projetos ‘TCE vai à escola’ e ‘Auditor do Futuro’ em duas unidades da rede pública estadual. A primeira ação ocorreu na Escola Estadual 8 de Julho, em 22 de outubro, e a segunda, no Colégio Estadual Jornalista Paulo Costa, no dia 24 de outubro. Destinados a estudantes do 6º ao 9º ano, com idades entre 11 e 15 anos, os projetos envolveram um total de 325 alunos.
A experiência-piloto de fusão dos projetos visa a ampliar a compreensão sobre as funções e atividades da Corte de Contas sergipana. “O projeto ‘Auditor do Futuro’ já é desenvolvido por outras associações de auditores de controle externo. Ele começou no Amapá e, depois, foi realizado também no Mato Grosso do Sul. Várias associações trabalham para que as crianças entendam o papel do auditor de controle externo”, explica Shara Lessa, presidente da AudTCE/SE.
Por meio de uma linguagem simples, didática e lúdica, a iniciativa também busca despertar nos alunos o interesse pelo trabalho de fiscalização, incentivar o exercício do controle social e promover o cuidado com o ambiente escolar. “Decidimos trazer a palestra em formato de quadrinhos, pois, como o público-alvo é composto de crianças, essa é uma forma mais lúdica e acessível de explicar o papel tanto do Tribunal de Contas na sociedade quanto do auditor de controle externo. Eles se mostram mais interessados quando utilizamos historinhas em quadrinhos”, afirma a palestrante Emiliana Hagenbeck, auditora de Controle Externo II.
A palestra também incluiu noções básicas sobre impostos, uso eficiente do dinheiro público, preservação do patrimônio, combate ao desperdício do erário, e maneiras de garantir que os recursos públicos sejam aplicados corretamente em benefício da população, além de promover a participação cidadã.
“Uma das missões desse projeto é justamente ampliar a visão das crianças e adolescentes sobre a importância de fiscalizar e cuidar dos bens públicos. Propomos que eles atuem como fiscais na escola, nas praças, nos hospitais e nos lugares que frequentam no dia a dia. Eles também podem exercer o controle social”, explica Renata Lima, auditora de Controle Externo II e uma das palestrantes.
O aluno do 6º ano do Colégio Estadual Jornalista Paulo Costa, Arthur Ícaro dos Santos Oliveira, de 12 anos, falou sobre sua experiência durante a palestra. “Gostei muito da história em quadrinhos. Nela, aprendi que uma criança cega estava indo para a escola e quatro crianças perguntaram se ela precisava de ajuda. Elas passaram por ruas com muitos buracos e calçadas sem acessibilidade para pessoas cegas, mas, depois de muita dificuldade, conseguiram chegar à escola. Essa história mostra que, além da importância de ajudar o outro, devemos também ficar atentos para ver se os recursos públicos estão sendo utilizados corretamente e em benefício da nossa cidade”, comentou.
A aluna do 9º ano da Escola Estadual 8 de Julho, Emilly Batista, de 15 anos, classificou a experiência como enriquecedora e destacou a importância da ação para a disseminação do conhecimento. “Gostei muito, porque elas explicaram algo interessante e que faz parte do nosso cotidiano, mas muita gente desconhece. Eu, por exemplo, não sabia nada disso, mas achei importante adquirir esse conhecimento, pois ele afeta o meu futuro e o das próximas gerações”, afirmou.
O coordenador da Escola Estadual 8 de Julho, Fernando Cabral, ressaltou a importância do projeto para a formação crítica dos alunos e para a aproximação do TCE no ambiente escolar. “Muitas vezes, eles crescem em lares onde a crítica é reprimida. A escola é o lugar onde devem aprender a criticar de maneira sábia e inteligente. Quando o Tribunal de Contas vem à escola, aproxima uma instituição que parecia distante. Eles percebem que podem fiscalizar o dinheiro público e acompanhar para onde os recursos estão sendo destinados, valorizando essa consciência cidadã”.
A diretora do Colégio Estadual Jornalista Paulo Costa, Deise Nascimento, afirmou que receber o TCE na escola foi muito interessante, pois os alunos, mesmo sendo do 6º ano, conseguiram entender a funcionalidade do Tribunal de Contas para a sociedade. “Eles fizeram perguntas, analisaram situações e chegaram a conclusões. Foi uma ação pontual, de linguagem simples, adaptada para a idade deles, mas repleta de informações sobre a necessidade de se ter um TCE alinhado com as necessidades do nosso estado”, acrescentou.
De acordo com a coordenadora do Programa SerCidadão, Izabella Mazza, desenvolvido pelo Departamento de Apoio ao Sistema Educacional (Dase), da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), a parceria com o TCE está sendo referência no estado. “Trata-se de como o jovem participa e dialoga sobre educação política, prestação de contas públicas e a responsabilidade do cidadão na fiscalização do dinheiro público. É muito salutar para a construção de um ser cidadão sergipano comprometido com o futuro e o desenvolvimento do nosso estado”, concluiu.
Para 2025, a previsão é de que o projeto 'TCE vai à escola' seja realizado em pelo menos uma escola pública por mês.
Com informações do Dicom/TCE