A técnica, a qualidade e a singularidade do trabalho artesanal produzido por mãos sergipanas atraiu olhares de vários cantos do Brasil e do mundo durante a realização da 23ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), que aconteceu entre os dias 5 e 16 de julho, em Olinda, Pernambuco. Como resultado da participação e comercialização de produtos levados por oito artesãos e duas associações de artesanato de Sergipe, mais de 387 mil reais foram obtidos entre vendas e encomendas totais.
Os números refletem a grandeza do artesanato sergipano na maior feira de artesanato da América Latina. Do quantitativo de peças levadas para o evento, 1009 foram vendidas e 107 foram encomendadas e entregues posteriormente pelos artesãos aos seus respectivos clientes. Renda irlandesa, tecelagem, cerâmica e bordados foram as principais tipologias encomendadas e representadas pelos municípios de Divina Pastora, no leste sergipano; Poço Verde, no centro-sul; Laranjeiras, na Grande Aracaju, Graccho Cardoso, no médio sertão; e da capital Aracaju.
A fim de viabilizar toda a logística para participação e representação sergipana na Fenearte, o Governo de Sergipe, por intermédio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), publicou edital para seleção de artesãos, oportunizou a ida, a permanência e o retorno desses profissionais ao estado, além do transporte das peças a serem comercializadas.
De acordo com o secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo, Jorge Teles, ações como essas visam fortalecer o trabalho e os trabalhadores artesanais sergipanos, gerando não somente oportunidades de renda para a categoria, mas também de visibilidade das potencialidades do artesanato existentes em cada município do estado.
Segundo ele, essas ações direcionadas contribuem para o desenvolvimento da categoria e das produções artesanais de Sergipe. “Os resultados dessa participação na Fenearte são positivos e animadores. Primeiro, do ponto de vista do intercâmbio cultural, já que nossos artesãos estiveram na maior feira de artesanato da América Latina com outros artesãos brasileiros. Além da comercialização, esse foi um momento em que puderam participar de oficinas de qualificação para conhecimento de novas técnicas do artesanato e, também, de contextualização e fortalecimento do papel e do compromisso da gestão estadual sergipana dentro do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB)”, afirma Teles.
Para o secretário, a renda gerada para os artesãos por meio da participação na Fenearte foi bastante significativa, resultado de uma oportunidade única. “Nós terminamos a feira com saldo extremamente positivo, mas seguimos com o dever de casa de estar buscando, sempre, a melhoria contínua das nossas ações para fomento do trabalho e dos trabalhadores sergipanos”, ressalta.
O sucesso da participação sergipana na Fenearte também foi destacada pelo secretário executivo da Seteem, Rafael Melo, como resultado do apoio e do diálogo da secretaria para com os artesãos. “Foi uma coisa linda. A participação na feira foi de Sergipe e da cultura sergipana por meio dos artesãos do estado que lá estavam e levaram seus produtos e os produtos de seus colegas para comercialização. Nesse trabalho colaborativo, eles puderam ter uma venda recorde, que vai ser repetida no próximo ano, eu tenho certeza. Vamos conseguir, através de parceria e de novos projetos, dar escoamento a toda essa cultura sergipana gerando renda para as famílias”, afirmou.
Incentivos e parcerias
O caminhão-baú do artesanato sergipano foi inaugurado na Fenearte e é proveniente de emendas parlamentares destinadas durante o mandato do governador Fábio Mitidieri como deputado federal. Entregue no início de junho pelo Governo do Estado em parceria com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), o veículo oportunizou o transporte das produções dos artesãos que participaram da feira.
Em seis meses de gestão, ações de fomento ao artesanato sergipano são destaque do governo por intermédio da Seteem, que possui em sua estrutura organizacional uma diretoria voltada ao artesanato. Além de viabilizar a participação de artesãos na Fenearte, a secretaria também tem se dedicado à criação de espaços de comercialização e de exposição no próprio estado, a exemplo dos festejos juninos, que contaram com estandes de trabalhos artesanais, e da realização do Governo Itinerante ‘Sergipe é aqui’ em municípios do interior sergipano. Nas últimas edições da ação, além de exposições das potencialidades dos artesanatos locais, a pasta ofertou serviços de cadastro e atualizações da carteira de artesãos, além de orientações para participação de editais lançados.
Em mais uma ação de fortalecimento do artesanato sergipano, foi promovida, em junho, uma visita diplomática do embaixador da Irlanda no Brasil, Seán Hoy, a Sergipe, resultado das tratativas para promover o intercâmbio cultural e comercial da renda irlandesa produzida no município de Divina Pastora, com o saber-fazer, que é considerado patrimônio Cultural e Imaterial do estado.
Recentemente, também foi fechada parceria com a empresa sergipana do Banese, a Mulvi, para garantia de condições especiais voltadas aos artesãos e microempreendedores que tenham participado de eventos promovidos pelo Estado, por intermédio da Seteem. “A parceria com a Mulvi é uma oportunidade para que eles tenham um meio de pagamento genuinamente sergipano, para que o artesanato sergipano, o talento sergipano, seja vendido para todo o Brasil e processado através de um meio de pagamento do Estado. A Mulvi é um parceiro do artesanato e, assim como o Banese, tem nos apoiado e nos ajudado nesse caminho de melhorias do artesanato, de desenvolvimento e, principalmente, da geração de qualificação técnica e de oportunidade de comercialização de seus produtos”, finaliza Teles, secretário da Seteem.