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Sexta-Feira, 06 de Dezembro de 2024 às 10:30:00
Governo de Sergipe impulsiona talento feminino no artesanato
Mulheres são protagonistas da participação brasileira na Expoartesanias, maior feira de artesanato da América Latina, e as artesãs da renda irlandesa ganham destaque

A força do talento feminino no artesanato é protagonista no Pavilhão Brasileiro dentro da Expoartesanías, maior feira de artesanato da América Latina realizada em Bogotá, na Colômbia. Com os esforços do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), o estado está representado na feira pela renda irlandesa, uma tradição centenária que perdura no tempo através de mãos femininas e sergipanas.

Com ações estratégicas do Governo de Sergipe, como a participação na Expoartesanías, o artesanato sergipano dá mais um passo para alcançar o mercado internacional. A artesã sergipana Neidieli de Jesus Silva, destacou o impacto que o apoio do Governo de Sergipe tem gerado na vida dessas mulheres.  “Graças a esse investimento do Governo do Estado de Sergipe, está sendo possível que nós, mulheres rendeiras, nos desenvolvamos, principalmente financeiramente. Estamos conquistando espaços de respeito, lugares nunca antes alcançados. São 200 anos de renda irlandesa, e nunca se viu um  tamanho investimento”, ressaltou. 

A diretora de Artesanato da Secretaria do Trabalho, Daiane Santana, evidenciou a conquista de colocar a renda irlandesa em destaque no evento internacional através de mãos femininas. “O artesanato sergipano carrega a força e a delicadeza de mãos femininas que transformam tradição em arte. Ver nossas peças representando Sergipe em um evento internacional é celebrar o protagonismo das mulheres que mantêm vivo o legado cultural do nosso estado”, apontou a diretora.

Neidieli representa as artesãs da renda irlandesa no evento na Colômbia e reforçou o significado dessa participação para as rendeiras. “É uma honra estar aqui hoje representando nossas mulheres sergipanas, rendeiras lá do nosso Sergipe. Muitas mulheres que antes dependiam financeiramente dos seus maridos e sofriam ciclos de violência. Hoje, possibilitar essa autonomia financeira para elas é muito significativo”, colocou Neidieli.

Estefany de Carvalho, do Inbordal, projeto que impulsiona as produtoras do bordado filé em Alagoas, também observa a importância do artesanato para a independência financeira de muitas mulheres. “Nunca iríamos imaginar que o nosso filé ia chegar a uma feira internacional e ser reconhecido mundialmente. Estar aqui, podendo representar essas mulheres que sustentam a sua família através do artesanato é uma honra”, comemorou a artesã.

Protagonismo feminino

De acordo com dados do Sistemas de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab), são 5.337 pessoas registradas como produtoras de artesanato em Sergipe. E, conforme o Mapa do Artesanato Brasileiro produzido pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), mais de 80% dos trabalhadores do setor no Brasil são mulheres.

Organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o PAB, a participação brasileira na Colômbia reuniu peças de todas as cinco regiões do país. Com curadoria da arquiteta Roberta Borsoi, o evento celebra a força feminina no artesanato.

Artesanato e empoderamento

O espaço dedicado ao Brasil, país homenageado pelo na feira colombiana, apresenta exclusivamente iniciativas lideradas por mulheres, destacando o talento e a tradição que atravessam gerações.

A diretora da ApexBrasil, Ana Paula Repezza, destacou a importância de levar o artesanato brasileiro à Expoartesanías, especialmente para valorizar o trabalho feminino. “A maior feira de artesanato da América Latina. E a gente não pensou duas vezes. Se o Brasil vai, mas vai só com artesãs, mostrando a força da mulher brasileira, que cria, que cuida, que gera renda”, pontuou a diretora da Apex.

Para Rosane da Silva, secretária nacional de Autonomia Econômica e Políticas de Cuidados do Ministério das Mulheres, o evento vai além da exposição de peças artesanais. “Quando uma mulher trabalha e tem sua autonomia econômica, o seu empreendedorismo, ela acaba colocando seus ganhos na própria comunidade e isso impulsiona não somente a economia da sua família, mas a economia daquele Estado. Eu tenho certeza que o que nós estamos construindo aqui hoje não é apenas uma feira, mas é sim o empoderamento das mulheres brasileiras na exportação mundial”, colocou.

Peças que contam histórias

Roberta Borsoi, arquiteta responsável pela curadoria do pavilhão, enfatizou o valor imensurável de cada peça e a importância de conectar culturas através do artesanato. “A gente tem que trocar experiências, tem que mostrar essa beleza, essa força dessas mulheres. São tantas horas de trabalho em cima de cada peça, isso tem um valor imensurável”, disse a arquiteta.

A coordenadora geral do PAB, Ana Beatriz Ellery, comemorou a estreia do Brasil no evento. “No nosso Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), 80% são mulheres, então a gente já vê aí a força das mulheres no artesanato. E, por isso, a gente tem aqui a representatividade somente de mulheres, que é a força mesmo, seja na renda, seja no bordado, seja na cerâmica, na madeira. A gente pode ver aqui na Pavilhão Brasileiro que nós temos várias técnicas distribuídas para com essas mulheres. Então, de fato, é colocar as mulheres onde elas merecem”, pontuou.

A coordenadora geral do PAB destacou ainda que essa primeira experiência do artesanato brasileiro na Expoartesanías vai abrir possibilidades para que, em 2025,  o PAB participe de muito mais feiras internacionais, sempre colocando em evidência a força e o talento da mulher brasileira.

Protagonismo e futuro

Alessandra Ciuffo, gestora do Programa Nacional Plural do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), concluiu destacando o impacto transformador da feira para as artesãs. “São mais de 280 peças expostas aqui, dessas maravilhosas e potentes artesãs. Peças que realmente têm as mãos que criam e as mãos que cuidam. De fato, é colocar as mulheres onde elas merecem, aqui, internacionalmente. E a meta é essa, continuar conquistando novos espaços para que a mulher seja protagonista da sua vida”.