Em alusão ao maio roxo, mês de conscientização da fibromialgia, ocorreu na última quarta-feira, 14, um momento de escuta, empatia e troca de experiências no Espaço Cuidar Santa Maria, em Aracaju, com a realização de uma roda de conversa. A ação foi promovida pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), que também participou com a emissão da carteirinha de identificação da pessoa com fibromialgia.
Além do bate-papo entre pessoas com e sem diagnóstico da síndrome, a programação incluiu atividades lúdicas, apresentações culturais e espaços de cuidado. O encontro integra as ações do mês e se soma ao 2º Encontro Estadual da Pessoa com Fibromialgia, já realizado anteriormente. A iniciativa também chegará ao Espaço Cuidar Bugio, ainda este mês, em data a ser confirmada.
De acordo com Wilyane Sales, coordenadora do Espaço Cuidar Santa Maria, o evento teve como objetivo ampliar a consciência coletiva sobre a fibromialgia e fortalecer o apoio às pessoas que convivem com a condição. “Recebemos pessoas com fibromialgia e pessoas sem fibromialgia para que a gente possa fazer essa consciência social sobre essa causa e atender as demandas das pessoas com fibromialgia. O espaço Cuidar está aberto para receber, acolher e ouvir a comunidade,” destaca.
Durante a roda de conversa, relatos emocionados deram voz às dificuldades vividas no dia a dia. Maria Albertina Reis, diagnosticada com fibromialgia, relatou o sentimento de acolhimento ao participar da atividade. “Me senti acolhida porque, por várias vezes, enfrentei preconceito em filas, em vários lugares, até na família mesmo. Aqui, nesse dia, eu pude ver que nós não estamos sozinhos”, relata.
Outro depoimento comovente foi o de Maria Lígia dos Santos, que compartilhou os desafios de conviver com as dores e limitações impostas pela condição. Ela contou sobre a rotina de tratamentos, que inclui hidroginástica, fisioterapia e medicação, e desabafou. “Nem consigo ficar muito tempo sentada, nem muito tempo em pé, é muito difícil”, conta.
Representando a juventude com fibromialgia, Amanda Oliveira, referência técnica de pessoas com deficiência da Seasic, falou sobre os desafios de viver com uma deficiência invisível. “É muito importante essas partilhas, esses encontros, essas rodas de conversa para que a gente se unifique nessa luta diária que é ser uma pessoa com fibromialgia. É difícil ter uma deficiência invisível, e estar aqui hoje falando da minha vivência como jovem com fibromialgia reforça o quanto precisamos ser vistos e ouvidos”, explica.
A doença
A fibromialgia é uma condição clínica crônica caracterizada por dores musculares generalizadas, acompanhadas de sintomas como fadiga, distúrbios do sono, ansiedade, depressão e alterações de memória e concentração. Ainda pouco compreendida por parte da sociedade, a síndrome pode impactar profundamente a qualidade de vida das pessoas afetadas, que, muitas vezes, enfrentam o estigma do descrédito, inclusive em ambientes familiares e profissionais.